Fábio Campana

Janot, o pulha

Se tivesse um mínimo de dignidade, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teria renunciado ao cargo, sem esperar a data regulamentar de...

Se tivesse um mínimo de dignidade, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teria renunciado ao cargo, sem esperar a data regulamentar de 17 de setembro. Demonstraria que afinal lhe restou alguma prudência, depois de ter se comportado de maneira tão irresponsável em todo o lamentável episódio envolvendo a delação premiada do empresário Joesley Batista.

Janot veio a público para informar que Joesley deliberadamente omitiu da Procuradoria-Geral informações cruciais em sua delação, especialmente o fato de que o empresário contou com a orientação ilegal de um auxiliar de Janot, o procurador Marcelo Miller, para produzir a bombástica delação contra o presidente Michel Temer e conseguir o precioso acordo que lhe garantiu imunidade total. No mesmo instante, o procurador-geral tinha por obrigação reconhecer que foi feito de bobo por um criminoso confesso e que não está à altura do cargo que ocupa.

Seria uma forma de reduzir um pouco o terrível dano que Janot causou ao trabalho dos que levam a sério a luta contra a corrupção. Pois o fato é que o procurador-geral da República se deixou seduzir pela possibilidade de pegar ninguém menos que o presidente da República, cuja cabeça lhe foi oferecida pelo finório Joesley Batista. Sem tomar a devida precaução, Janot considerou que a delação de Joesley e o flagrante armado pelo empresário contra Temer bastavam como prova de que o presidente da República, em suas palavras, “ludibriou os cidadãos brasileiros”. Vê-se agora quem foi ludibriado.

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