Indício é prova?
O País aguarda a sentença de Moro no caso de Lula e o triplex. Enquanto isso, a discussão entre os grupos de acusação e defesa e no meio jurídico é a mesma: prova indiciária. E esta é a chance de Sergio Moro escrever o nome na história em outro capítulo. Se condenar Lula, pode virar referência na avaliação se indícios podem ou não condenar alguém. A força-tarefa da Lava Jato é uma das principais defensoras desse tipo de prova, e considera que indícios, somados a outras circunstâncias probatórias, podem levar a uma condenação em casos de crimes graves e complexos. Esta forma de trabalhar tem sido criticada por muitos juristas e aplaudida por outros que veem nisso uma modernização necessária diante dos fatos. Ora, pois, o mais importante é sempre a preservação de princípios. Inegociáveis. Especialmente os que decorrem de que a liberdade é bem maior, que nunca deve ser colocado em risco por interpretações atrabiliárias ou novas concepções do processo judicial emanadas de juízes e promotores ávidos de poder e repletos de um messianismo idiota.
Virou mico
O deputado Fernando Francischini (SD-PR) disse que o projeto do recall político, aprovado na CCJ do Senado, exclui senadores, deputados, governadores, vereadores e prefeitos e mantendo somente recall para presidente. “É um mico, quando o projeto chegar à Câmara, vou propor uma emenda para recall de todo político que for eleito e não cumprir com as propostas de campanha”, disse.
No limite
O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures está no limite de explodir. Ao contrário da Papuda, onde tinha a companhia de outros presos e podia assistir a programas de TV, na carceragem da Polícia Federal o paranaense está isolado em uma sala sem acesso a nada.
Mau conselho
Rocha Loures só não fez ainda delação porque seu advogado, Cezar Bittencourt, é “terminantemente contra”. Pois, pois, o criminalista é de Porto Alegre assim como o ministro Eliseu Padilha, um dos principais assessores do presidente Temer.
Regime fardado não
Nem tudo está perdido. Há brasileiros de bom senso na ativa. O general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, reafirmou ontem, em audiência pública, o compromisso das Forças Armadas com a democracia e com o restrito cumprimento de sua missão constitucional. Villas Bôas frisou que não há qualquer respaldo nas Forças Armadas para teses que classificou como anacrônicas, como a de uma intervenção militar para que o País venha a superar a crise política: E ressaltou que o entendimento é unânime entre comando e tropas. A manifestação de Villas Bôas foi apoiada por vários senadores, como Ana Amélia (PP-RS), Cristovam Buarque (PPS-DF), Lindbergh Farias (PT-RJ), José Medeiros (PSD-MT), Jorge Viana (PT-AC) e pelo presidente do CRE, Fernando Collor (PTC-AL).