Delações sem fim
Embora tenha dito que não falaria nada sobre a investigação, pois está “sub Judicie”, Eike deu pistas de como vê os crimes pelos quais foi acusado. Mesmo sem citar nomes, disse que o esquema de corrupção dos governos é maior do que se imagina e que não era ele que oferecia carona para governantes em seu avião – os políticos que o pressionavam a fazer isso. Ele afirmou que, em geral, os empresários são vítimas dos políticos corruptos. E disse, com todas as letras, que acredita que não errou. Imaginem a delação do Eike.
Conforme noticiou o Estado, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, preso desde novembro passado, estuda pedir acordo de colaboração premiada. Ciente de que são bastante reduzidas suas chances de derrubar por meio de habeas corpus os três decretos de prisão expedidos contra ele, almeja melhorar sua situação dando informações relevantes para a elucidação de outros crimes e a responsabilização de outros criminosos. Cabral não é o primeiro caso nem parece que será o último.
Volta e meia divulga-se, por exemplo, a disposição do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha de colaborar com a Justiça e assim ter reduzidas suas penas. Desde a instauração da Operação Lava Jato, o País assiste a um bom número de delações, feitas e outras tantas ainda em andamento. Agora, a delação mais esperada é a de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que leva o nome de sua família. Só nesse ramo da Lava Jato consta que haja 77 delações.
Mais vacinas
O Governo do Paraná solicitou o envio de doses extras da vacina contra a febre amarela, fornecida pelo Ministério da Saúde. O primeiro lote, com 60 mil doses, já chegou ao Estado e será distribuído aos municípios. O objetivo é atender ao aumento na procura pela vacina ofertada na rede pública.
Vazamentos seletivos
O Governo Federal está preocupado com a possibilidade de “vazamentos seletivos” relativos às delações de 77 executivos e ex-diretores da Odebrecht. As colaborações premiadas foram homologadas na segunda-feira, 30, pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, e, a partir de agora, a Procuradoria-Geral da República vai decidir quem será alvo de inquéritos e o que deve ser aprofundado nas investigações.
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