De alvo a atirador
Requião não consegue fazer campanha e influenciar pessoas sem se apresentar como santo guerreiro contra o dragão da maldade. Seus últimos movimentos o colocaram ao lado do que a quase unanimidade da população considera a maldade. Defendeu Lula, Dilma Rousseff, aliou-se com Gleisi Hoffmann, lutou contra o impeachment e investiu contra o juiz Sergio Moro e a Lava Jato. Resultado: tem a maior taxa de rejeição que um político paranaense de sua estatura já acumulou em todos os tempos.
Nessa condição, Requião sabe que não terá a mínima condição de disputar uma eleição para o Senado. Arrisca afundar com ele o filho, Maurício, que tenta se reeleger deputado estadual. E por conta disso está perdendo o controle do PMDB, que ficou sem referência e sem chances de chegar ao poder no Estado. Com rejeição que em alguns lugares beira os 90%, Requião não encontra aliados para uma composição. Todos evitam se aproximar dele para não se contaminar.
Não lhe sobrou outra. Lançou-se candidato a governador e quer passar de alvo a atirador. Não fala mais em assuntos da República e procura reaparecer como salvação da pátria no Paraná, contra o governo de Beto Richa e reafirmando as velhas promessas de combate à corrupção, de acabar com o pedágio e oferecer benesses à população mais carente. Se pudesse vencer, seria seu quarto mandato de governador. Dos anteriores nada ficou na lembrança dos paranaenses, nenhuma obra, nenhum programa significativo. Ficaram as mazelas e a imagem de um governador truculento. Dizem os institutos de opinião que a população não estaria disposta a repetir essa fórmula com uma figura que envelheceu, perdeu o tino e a compostura. Diz-se que errar uma vez é humano, duas vezes, descuido, três vezes, burrice. Bem, mas quatro vezes seria passar atestado definitivo de demência social.
Esteio de Lula
Dizem alguns, que Requião candidato a governador do Paraná, seria o esteio para a candidatura presidencial de Lula, que se prepara para tanto, apesar de ameaçado de prisão pela Lava Jato. “Lula e Requião, irmão”, feito o slogan e consolidada a chapa, teríamos uma vertente de esquerda na campanha de 2018 no Paraná. Talvez sobre lugar até mesmo para Gleisi Hoffmann, que ao lado de Lula e Requião poderia tentar a reeleição para o Senado.
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