Lava Jato e os filhos de Lula
Os novos laudos anexados pela Operação Lava Jato ao inquérito que investiga a compra do sítio usado pelo ex-presidente Lula em Atibaia revelam uma intrincada teia de operações financeiras entre empresas registradas em nome dos filhos do petista e de seus sócios. As informações levantadas pelos peritos federais a partir da quebra de sigilo bancário dos investigados servirão para subsidiar as conclusões da Polícia Federal, que em breve deverá indiciar pela quarta vez o ex-presidente.
O que foi levantado reforça a suspeita de que o sítio foi comprado e reformado com dinheiro de origem suspeita. Em um dos laudos, os peritos concluem que, embora apareçam como compradores da propriedade, os empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar, sócios do primogênito de Lula, não custearam sua reforma – os investigadores têm indícios de que as obras foram pagas por empreiteiras do Petrolão, como a OAS. Os peritos lançam suspeitas, também, sobre outros imóveis usados pela família Lula da Silva.
Oportunista
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que jamais reclamou dos seguidos aumentos das taxas de juros, agora considerou “tímida” a redução de 14,25% para 14% ao ano.
Beneficiados
Os policiais legislativos presos pela Operação Métis, no âmbito da Lava Jato, beneficiaram os senadores Gleisi Hoffmann (PT), Fernando Collor (PTB), Edison Lobão (PMDB) e o ex-presidente José Sarney por rastreio e retirada de escutas telefônicas de imóveis particulares e funcionais. Todos são investigados na Lava Jato.
Delator entregou
A informação, que deu origem à Operação Métis, partiu de um policial que fez acordo de delação premiada. O agente afirmou a investigadores que, em quatro ocasiões, equipamentos do Senado foram usados para rastrear escutas. Segundo o delator, o objetivo era fazer a chamada contrainteligência: localizar e destruir eventuais sistemas de escuta telefônica e ambiental.
Delação à vista
Não há um só político, um só agente público e um só jornalista que, no mínimo, que não saiba exatamente quem é Eduardo Cunha, não tenha ouvido falar de sua ousadia sem limite, seus métodos de intimidação e sua relação para lá de heterodoxa com a coisa pública. O que espanta, portanto, não é a sua prisão, mas o fato de ele ter sobrevivido e voado tão alto nesses 25 anos, apesar de tudo.
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