O jogo de Janot
É gravíssimo e se provado pode jogar o todo poderoso Rodrigo Janot no lixo da história. Em gravações obtidas com exclusividade pela revista IstoÉ, já nas bancas, dois procuradores da República reclamam das perseguições de Rodrigo Janot a adversários e políticos. Os áudios indicam que o chefe da PGR pode estar colocando interesses pessoais acima da lei. A reportagem é de Debora Bergamasco e conta que as mais recentes ações do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, muitas das quais controversas, revelaram que ele vinha trafegando numa linha tênue e perigosa que separava a boa e necessária liturgia jurídica de seus interesses pessoais e políticos. Tudo indica que Janot pode ter ultrapassado e muito essa fronteira. Trata-se de duas ligações telefônicas, ainda sob sigilo judicial, interceptadas pela Polícia Federal, no âmbito da operação Lava Jato. Na gravação, com pouco mais de 13 minutos de duração, a procuradora da República Caroline Maciel, chefe da PGR no Rio Grande do Norte, mantém uma conversa estarrecedora com o colega Ângelo Goulart. No diálogo, Caroline o alerta sobre os perigos de um eventual apoio dele a Raquel Dodge, candidata à sucessão de Janot. De acordo com Caroline, “a tática de Janot é apavorar quem está do lado de Raquel”.
Lula tranquilo, #sqn
A quem lhe pergunta sobre a delação de Antonio Palocci, Lula demonstra uma impressionante tranquilidade. Sergio Cabral agia igualzinho dias antes de ser preso. Palocci pediu prisão domiciliar para delatar. Ele promete entregar banqueiros e empresários, além do ex-presidente.
E a reforma política?
Quem espera a reforma política como a salvação da lavoura para as perversões da vida pública brasileira, pode ter decepções pela frente. Primeiro porque não há muita movimentação sobre isso. A prioridade agora é outra, gira em torno dos escândalos mais recentes e das reformas da Previdência e trabalhista. E também porque largada no canto das coisas menos urgentes e sem holofotes, ela pode chegar ao Congresso com a essência resumida a um ponto principal: criação de um fundo partidário de campanha de pelo menos R$ 3 bilhões – e tem gente que quer o dobro disso.
Resvalou
Fora do universo das discussões técnicas das contas públicas, não raro se culpa a corrupção pela situação orçamentária calamitosa de governos brasileiros. Na sentença em que condenou o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, o juiz Sergio Moro resvalou nessa tentação.