Fábio Campana

Calma, gente

A oposição nativa ficou alvoroçada com a Operação Integração deflagrada hoje, 48.ª fase da Lava Jato. Vozes sôfregas comunicavam ao mundo que o governo estadual fora atingido

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A oposição nativa ficou alvoroçada com a Operação Integração deflagrada hoje, 48.ª fase da Lava Jato. Vozes sôfregas comunicavam ao mundo que o governo estadual fora atingido. Logo veio a decepção. Ao contrário do que esperavam, não há nada contra o governador Beto Richa. Palavra da Polícia Federal e dos procuradores da República. A incursão da Polícia Federal ao Palácio Iguaçu foi para ver especificamente a mesa de um funcionário. Não havia mesa. O funcionário, Carlos Nasser, está em tratamento de grave enfermidade.
Mais. As investigações remontam a 2005, quando o governador era Roberto Requião, hoje ídolo da tigrada. Foram secretários de Transporte, nesse período, Eduardo Requião e Rogério Tissot. Como se vê, o buraco é mais embaixo. O melhor conselho aos ansiosos coleguinhas da imprensa é manter a calma, ir devagar com o andor e com a língua. Para não cair do cavalo.

Resumo da ópera

Em poucas palavras: a 48.ª fase da operação Lava Jato, nomeada Integração, suspeita que operadores de propina do escândalo Petrobrás foram usados por empresas que operam rodovias federais para pagar agentes públicos do DNIT e do Governo do Estado no Paraná em concessões do Anel da Integração.

Bloqueio de contas

Sérgio Moro “considerando os indícios do envolvimento dos investigados em vários episódios de intermediação de propina e de lavagem de dinheiro” apurados pela Operação ao Integração decretou o bloqueio de até R$ 20 milhões das contas dos investigados.

Fez água

Naufragou o projeto de fazer Dilceu Sperafico ministro da Agricultura. O ministro da Blairo Maggi (PP) desistiu de disputar a reeleição e vai permanecer na pasta até o final do governo Temer. Disse a interlocutores que está cansado da vida pública.

Auxílio-moradia

Está marcada para 22 de março a data de julgamento das ações que tratam de auxílio-moradia de juízes, inclusive aquela de 2014, caneteada por Fux, que estende o benefício de R$ 4.378,00 a todos os juízes do país. Não só o auxílio-moradia tem peso nas contas públicas. A maneira como ele é repassado aos magistrados permite isenção tributária – o que significa que o Fisco deixa de arrecadar R$ 360 milhões por ano.

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