Ora, pois, a Lava-Jato desvendou desvios de R$ 42 bilhões, envolvendo mais de 2.000 suspeitos, com ramificações que se desdobram em 48 países de quatro continentes. Mesmo assim, ninguém esperava o conteúdo do relatório sigiloso do Coaf, o órgão do Ministério da Fazenda encarregado de fiscalizar movimentações financeiras. Em 139 páginas, o documento, informa que as empresas do grupo J&F, do qual a JBS é a maior estrela, movimentaram nada menos que R$ 248 bilhões apenas em transações consideradas suspeitas nos últimos 14 anos.
O grupo J&F, por mais de uma década, misturou dinheiro e poder, interesses públicos e particulares, negócios e corrupção. O material, considerado um dos mais complexos já produzidos até hoje pelo Coaf, comprova parte do que os próprios executivos da JBS já haviam confessado em delação premiada, revela casos novos e mostra caminhos ainda desconhecidos percorridos pelo dinheiro destinado a parlamentares, ministros, ex-ministros, partidos políticos ou operadores de propinas.
É o Brasil afundado no esgoto do Joesley.