Há um clima de desalento e decepção na sociedade. Ao longo do ano de 2017, a aposta dos que acompanhavam a operação Lava Jato era de que o STF começaria ainda no ano passado a julgar os casos da operação envolvendo políticos, o que não aconteceu. E tudo indica que a maioria desses investigados ainda não precisa se preocupar: dos mais de cem inquéritos, só dois estão prontos para serem julgados.
Na prática, o “foro privilegiado” para os políticos com mandato adia o risco de punições. E, em muitos casos, evitará que investigados na Lava Jato sejam enquadrados pela Lei de Ficha Limpa, o que poderia excluí-los das eleições deste ano – a norma impede que condenados na segunda instância por certos crimes sejam candidatos.
Pois, pois, quem não tem cargo no momento, como o ex-presidente Lula, é que precisa se preocupar.
Beto só decide em março
“Não sofro de ansiedade”, costuma dizer o governador Beto Richa quando lhe perguntam sobre o seu futuro nas próximas eleições. Pois, pois, ao contrário dos ansiosos ele só vai decidir em março. Fim de março. Lembrando que 7 de abril é a data para a sua desincompatibilização.
Olímpico
Por enquanto, Richa segue olimpicamente, observando os seus índices de recuperação nas pesquisas e com o nervosismo dos que torcem e fazem de tudo para que ele fique no governo até o fim, o que lhes daria oportunidade melhor no jogo político, como a negociação da vice de Osmar Dias ou de Ratinho Jr.
Quando o carteiro chegou…
Parece que nossos senadores se dedicaram às cartas no ano de 2017. A contabilidade dos gastos da rubrica ‘Correios’ que cada um gastou durante o ano: Álvaro Dias: R$ 24.861,90, Gleisi Hoffmann: R$ 56.289,82, Roberto Requião: R$ 14.302,06.
Releitura
Roberto Requião, acostumado a dar a tinta que lhe convém aos acontecimentos da nação, fez sua própria interpretação a respeito do pedido do prefeito de Porto Alegre de atuação do Exército e Força Nacional durante o julgamento de Lula no TRF4. Segundo ele, é a volta do regime fardado que se anuncia.
Barros deputado
“Eu saio para disputar a eleição. Vou concorrer à reeleição de deputado federal. E fico no ministério até a data que o presidente me solicitar, desde que seja até 7 de abril, porque preciso desincompatibilizar. Se o presidente pedir, meu cargo está sempre à disposição”, anunciou em entrevista coletiva, Ricardo Barros.