Por si só se enjeita. Esse é um ditado antigo que exprime, certamente, a necessidade de o ser humano se adornar. Por quê? Talvez para sermos notados entre outras pessoas. Ou a fim de nos sentirmos destacados pelo bom gosto ao nos vestirmos com primor. Enfeitar-se é uma tradição mantida ao longo da história dos seres humanos. As famílias tradicionais de todos os povos sempre se destacaram pelo capricho e pompa no uso de trajes, quer sejam em datas festivas ou mesmo no quotidiano. Haja vista às aparições da família real inglesa sempre vestida com esmerado capricho. Vestir-se com elegância comprova a auto-estima que nutrimos para estarmos presentes em reuniões festivas. Não para nos destacarmos entre as pessoas, mas a fim de demonstrarmos a consideração pelo convite que recebemos. É inconcebível a presença de pessoas mal vestidas em solenidades com a presença de autoridades, em comemorações de alto relevo. Enfeitar-se para sair de casa revela o capricho que sentimos como seres humanos racionais dotados de bom gosto. O enfeite não significa o desejo incontido de se destacar, mas, sim, o de confirmar o prazer de nos sentirmos vivos e atuantes no meio social a que pertencemos. O que deve ser destacado no ato de nos prepararmos para encontrar pessoas é a escolha dos trajes e adereços de acordo com a hora e o lugar do encontro. Enfeitar-se é característica humana dos que sentem alegria e orgulho de viver.
Ivone E. Marques.