Gosto do mês de novembro – o mês da véspera de dezembro – o fecho do ano. Mas gosto principalmente das comemorações dedicadas à Padroeira do Paraná, Nossa Senhora do Rocio. Com muita satisfação participamos das novenas e notamos que o santuário se torna pequeno para acolher as multidões que se deslocam de seus municípios para reverenciarem a nossa amada Padroeira. Sua imagem pequenina torna-se alvo de orações fervorosas que a engrandecem aos olhos das pessoas que a veneram como amparo para as dores humanas. Cada celebração se reveste de uma grandiosidade compatível com os milagres que ao longo do tempo se vêm repetindo e fortalecem a fé deste povo tão carente de proteção. É comovente ver pessoas de todas as idades e condições sociais se locomovendo em direção ao Santuário do Rocio mesmo com tempo desfavorável para orar, homenagear, reverenciar a Santa. A festa do Rocio, praticamente, estende-se pelo mês de novembro, numa tradição que os parnanguaras vêm mantendo com muita fé, com número cada vez maior dos fieis devotos vindos de todos os recantos do Paraná.
Absortos nas orações das novenas, das missas, as pessoas encontram o refrigério para as suas almas oprimidas pelos percalços que o tempo presente impõe a nós todos. Nessa procura de amparo, homens, mulheres, crianças dividem os espaços nos bancos da igreja, desligados da sua condição humana, na ânsia de se elevarem espiritualmente a fim de gozarem das bênçãos da Santa. Nos momentos em que a devoção nos absorve, muitas faces se umedecem com as lágrimas de gratidão pelos momentos vividos, compartilhados pelos fieis irmanados nas mesmas súplicas. E ao agradecer pelos bens a nós concedidos, rogamos à Santa o socorro para os infelizes, proteção para essa massa da população brasileira que sobrevive sem esperanças.