Esse é um verso de um poema de Carlos Drummond de Andrade, cujo título é "No meio do caminho". Nesse poema o poeta faz referência a um grande estorvo que surge de repente, impedindo o caminhante de prosseguir em busca de razão para viver. Nesta nossa vida de frágeis mortais, quantos não têm tropeçado no caminho, tendo que contornar pedras de todos os tamanhos a fim de concretizar seus objetivos. São estudantes reprovados por falha no raciocínio nas questões das provas. Trabalhadores vítimas de acidentes obrigados a parar no meio da empreitada. Casais que dissolvem o casamento devido a desentendimentos surgidos muitas vezes do nada. Médicos que se confundem no diagnóstico, causando problemas incuráveis aos clientes. Somos obrigados a convir que raras são as criaturas que nascem, crescem e vivem perfeitas até o fim dos seus dias. O que compete a cada um de nós é usar os nossos sentidos com discernimento a fim de podermos perceber com antecipação os possíveis problemas que possam surgir no nosso caminhar para resolvê-los com sucesso. Voltando ao tema inicial deste texto, com imensa amargura, constatamos a existência de pedras na vida de muitas pessoas que, não só causam tropeços, mas também arrasam suas existências. Infelizmente tais pedras têm um nome específico e se introduzem na existência de criaturas desnorteadas que, em função dos seus efeitos arrasadores, perdem totalmente a noção do que seja desfrutar da vida na plenitude. É o "crack", essa pedra criada por seres irresponsáveis com vistas nos lucros financeiros, o qual hoje se alastrou, viciando pessoas de todas as idades, de todas as classes sociais, apagando luzes, embotando inteligências, transformando homens, mulheres, adolescentes em fantoches manipulados, sem presente e sem futuro.
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“No meio do caminho tinha uma pedra”
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