A referência não nasce apenas do aspecto da natureza marcada por dias quase gelados e sem o brilho do sol. Estamos vivendo a mais fria estação do ano, não há, portanto, lógica em protestar contra o frio que, sabemos, não será eterno, logo será amenizado pela chegada da primavera. O cinzento que se estende pela nossa vida parte principalmente das notícias veiculadas pela mídia. São crimes hediondos praticados por criaturas até então tidas como normais.
Chega-se a pensar que no Brasil e no mundo não ocorrem fatos alvissareiros praticados por seres marcados pelo amor, pela fé, tamanha é a insistência em destacar atos infames contra inocentes. Por que repetir com tanta ênfase as ações tramadas por marginais como esse caso do jogador do Flamengo? Sabe-se que minutos de propaganda na televisão custam fortunas. Será que tais notícias saem de graça, custando a nós, telespectadores o ônus de aturar a repetição fastidiosa dos passos de tal crime, sem perspectiva de solução? Até quando a justiça chegará ao ponto final dessa trama urdida por esse grupo de pessoas infames? Ainda bem que sempre há a possibilidade de se mudar o canal da televisão em busca de programas amenos.
Lamentavelmente a insistência em estampar notícias negativas se estende por outras emissoras, tolhendo os espectadores de buscar novos alentos. Não bastassem essas notícias de violência, ainda temos de aturar as propagandas políticas, que em poucas semanas estarão em nossas TVs, enfadonhas, porque não há inovação nas mensagens. As caras são as mesmas, as promessas com saídas prazerosas para os problemas existenciais da população brasileira também não variam.
Quando será que os políticos se conscientizarão de que boa parte da população já está amadurecida por todas as dificultades já vividas e que anseia por saídas reais para os problemas enfrentados em todas as áreas da vida cotidiana? Terão os novos políticos fórmulas específicas para sanear este Brasil, livrando o povo das dificuldades quando sai em busca, premido pela urgência, de atendimento da justiça, da saúde, da educação, da segurança, até então sonegados em grande parte? Será que chegaremos ao dia de olharmos para trás e dizermos com convicção: que bom! Recebemos de presente um tempo presente marcado por um viver digno dos filhos de Deus?
