No ano de 1550, as Vilas de São Vicente e Cananeia, as primeiras fundadas no Brasil, tinham uma população grande e pouca alimentação. Saíram das vilas canoas com os aventureiros Domingos Peneda e Diogo de Unhate. Chegaram à Ilha da Cotinga onde permaneceram quase 20 anos. Fundaram a primeira aldeia e trataram de conquistar os índios da tribo Carijó que habitavam na margem esquerda do Rio Taguaré, depois Rio Itiberê. Após 20 anos de lutas e preocupações passaram esses pioneiros à terra firme; essa terra, onde vivia a tribo Carijó, tinha o gracioso nome de Pernagoá (Grande Mar Redondo). Essa Pernagoá, já então de brancos e de índios, foi também o berço da fé cristã representada pela imagem de Nossa Senhora do Rosário, trazida pelos aventureiros e instalada numa modesta capelinha no ano de 1578. A devoção à Nossa Senhora do Rosário cresceu e se alastrou pelo sul do Brasil, graças aos milagres recebidos pelo povo, que, em penitência procurava a bênção da santa como bálsamo para as suas aflições. Tão importante era a presença da santa na aldeia que, quando esta foi alçada à categoria de Vila, em 1648, recebeu o nome de Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá. O tempo confirmou a fé devotada pelo povo à Santa do Rosário, em cuja igreja realizavam-se os casamentos, batizados e crismas dos parnanguaras e dos povos habitantes das regiões vizinhas. Hoje, passados quase 370 anos de história, Paranaguá guarda nas suas páginas a memória da Santa Padroeira e a fé que a sua presença disseminou entre todos os cristãos.
Ivone E. Marques
