Por: Kátia Muniz
Quando perceber que seu caminho cruzou com o de uma pessoa muito especial, deixe-a entrar na sua vida. Ofereça o melhor lugar no coração e cuide bem desse sentimento que acabou de nascer.
Entregue atenção, ouvidos para os momentos alegres e, principalmente, para os mais difíceis. Não economize nos abraços, nas palavras de carinho, nas mensagens de texto, procurando demonstrar como a pessoa é importante.
Estabelecer acordos é relevante. Afinal, tudo o que for acordado entre as partes promoverá uma caminhada segura, pois nada é mais benéfico do que a certeza de uma rota traçada.
Relações saudáveis trazem com elas “limites”. Converse sobre aquilo que gosta e o que não gosta. O que é permitido e o que não é. Não caia na cilada de achar que o outro sabe, que pode adivinhar o que se passa dentro de você. Diálogo é a porta aberta para a paz.
No mais, é viver o relacionamento. A entrega é uma das formas mais lindas de amar.
Mas é bom estar ciente de que uma hora a decepção pode chegar. E vai doer, porque somente as pessoas que amamos são capazes de abrir crateras dentro de nós. A sensação de que uma flecha transpassou o peito parece real. Vai sangrar, mesmo que não seja possível visualizar uma gota sequer.
Então, você vai levar a dor para trabalhar, para passear, para o supermercado, para o banho e todos os outros lugares da sua rotina.
Não seja orgulhoso a ponto de não procurar esclarecer os fatos. Você não se diminui quando busca respostas. O orgulho não combina com quem verdadeiramente ama.
Mas ao menor sinal de que a outra parte se fechou para o diálogo, afaste-se. Saia de cena.
Não precisa fazer nenhum estardalhaço. Muito pelo contrário, faça pausa, processe a dor no silêncio para só depois ressurgir transbordando força e coragem.
Quanto ao lugar de honra, anteriormente ocupado pela pessoa no seu coração, deve ser liberado. Abra espaço para o novo. Areje o cômodo. Enfim, nenhuma dor dura para sempre.
Jamais se culpe por ter se entregado demais. Dar amor sem medidas é fruto das almas nobres, nem sempre quem recebe terá maturidade suficiente para lidar com esse deleite.
E por final, apenas deixe partir quem não soube ficar.