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Wilson Picler, o arquiteto da educação sem fronteiras

Empreendedor paranaense une tecnologia, acessibilidade e rigor acadêmico para levar ensino superior de qualidade a todo Brasil

Foto: Rodrigo Leal

Foto: Rodrigo Leal

Antes de se tornar um dos nomes mais influentes da educação no Brasil, Wilson Picler traçou um caminho singular a partir do interior do Paraná. Natural de Guaíra, formou-se em Física pela UFPR, é mestre pela Unicamp — onde também finaliza seu doutorado — e iniciou sua carreira docente nos anos 1980. Foi justamente da experiência em sala de aula que emergiu a visão que o levaria a transformar a prática pedagógica em um projeto empresarial ambicioso, voltado à democratização do ensino superior no país.

Em 1996, Picler fundou o Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão (IBPEX), semente do que, em 2012, se tornaria o Centro Universitário Internacional Uninter. Desde então, a instituição cresceu e se diversificou, oferecendo modalidades presenciais, semipresenciais, on-line ao vivo e a distância — sempre com foco na personalização da aprendizagem, no uso estratégico da tecnologia e na avaliação contínua.

Hoje, a Uninter conta com mais de 400 cursos em diferentes níveis de ensino, mais de 750 polos no Brasil e 15 unidades internacionais. São mais de 1 milhão de estudantes impactados pela proposta pedagógica que combina qualidade com acessibilidade, excelência com escala.

“Somos uma empresa genuinamente nacional, sem capital estrangeiro nem operações financeiras artificiais. Nosso capital é o conhecimento”, afirma Picler.

A declaração resume a filosofia que impulsiona a Uninter — e que deve nortear os próximos passos da instituição em um novo ciclo de crescimento.

A seguir, Wilson Picler fala sobre sua trajetória, os desafios enfrentados e a visão de futuro para a educação no Brasil:

Professor, em sua palestra na Assembleia Legislativa do Paraná, o senhor destacou a importância de Curitiba para a Uninter, que se tornou um centro universitário de referência em educação. Quais desafios e oportunidades o senhor prevê para a Uninter e para o modelo de EAD  no futuro do Brasil?

O Brasil atravessa um momento singular: de um lado, a demanda reprimida de jovens que concluíram o ensino médio e não ingressaram na universidade; de outro, um mosaico regulatório que ainda carece de previsibilidade. O maior desafio, portanto, será combinar expansão com qualidade. Nós já provamos que isso é factível: nossa base de alunos cresce ano a ano, sem baixar a régua acadêmica, sustentados por investimentos que superam R$ 200 milhões em formação docente, materiais autorais e ambientes de aprendizagem de ponta. Esse ciclo virtuoso, qualidade que gera escala, é a grande oportunidade da EAD para a próxima década.

A tecnologia é um elemento crucial na modernização da educação. Como a Uninter está integrando as novas ferramentas digitais e inteligência artificial para enriquecer a experiência de aprendizado dos estudantes?

A tecnologia é nossa locomotiva pedagógica. Hoje, algoritmos adaptativos monitoram as interações em nossa plataforma e indicam quais conteúdos devem ser reforçados. No front presencial, investimos em 36 Lapads—laboratórios dotados de simuladores de última geração, para as atividades práticas dos cursos da área da saúde. O estudante transita, portanto, por uma experiência verdadeiramente multidimensional, que combina inteligência artificial, prática supervisionada e mentoria humana.

A empregabilidade é uma preocupação central para os alunos do ensino superior. Quais iniciativas a Uninter está implementando para conectar os estudantes ao mercado de trabalho e prepará-los para os desafios profissionais?

Competência profissional nasce do encontro entre teoria sólida, prática guiada e rede de relacionamentos. Essa arquitetura explica, entre outros resultados, o nosso 1º lugar no Top Educação Formação de Docentes há 15 anos consecutivos, concedido por uma das mais respeitadas publicações do país nesse segmento.

O Brasil ainda enfrenta desafios significativos em relação ao acesso ao ensino superior, especialmente para jovens em situação de vulnerabilidade social e econômica. De que forma a Uninter está contribuindo para democratizar o ensino e quais são os próximos passos para ampliar esse acesso?

Somos uma organização genuinamente nacional, sem capital estrangeiro nem estruturas financeiras artificiais. Por isso, todo ganho operacional volta para o aluno na forma de mensalidades acessíveis, bolsas sociais e 750 polos, distribuídos até em municípios com menos de 30 mil habitantes. Expandir presença, entretanto, não significa apenas abrir novos endereços, e sim, levar conectividade, bibliotecas virtuais e suporte presencial onde antes só havia exclusão. No final do ano passado, inclusive 15 estudantes da First Nations University, fizeram uma imersão no Paraná com outros 15 estudantes brasileiros de nove estados, todos alunos da Uninter. O grupo canadense descende de povos originários daquele país.

Como o senhor enxerga o futuro da educação a distância no Brasil e qual será o papel da Uninter na transformação desse cenário nos próximos anos?

O Marco Regulatório não será um retrocesso, no meu ponto de vista. Nós, como instituições de educação, já estamos preparados. Mas, por outro lado, muitas IES que utilizam o EAD como uma válvula de escape financeira para reduzir custos, para ofertar conteúdos ou processos de aprendizagem mais simplificados, terão, é claro, grandes problemas para se adaptar. Quando o patamar de qualificação é mais elevado, é óbvio que quem está em um nível mais baixo, terá que investir muito mais e, talvez, poderá até não conseguir atender as exigências.

A trajetória de Wilson Picler revela como a combinação entre visão educacional e estratégia empresarial pode gerar impacto social em larga escala. Ao transformar sua experiência como professor em base para um modelo inovador de ensino, Picler contribuiu decisivamente para ampliar o acesso à educação de qualidade no Brasil. Com uma abordagem que alia tecnologia, rigor acadêmico e compromisso com a inclusão, ele projeta o futuro da Uninter como um ecossistema educacional cada vez mais conectado com as demandas contemporâneas.

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