No inverno, crianças, adultos e idosos estão sujeitos a doenças comuns devido à baixa umidade característica dos dias mais frios. A população tende a permanecer mais tempo com as janelas fechadas e frequenta mais vezes locais com grande concentração de pessoas, o que favorece a proliferação de doenças infectorrespiratórias. Além de outras enfermidades causadas pelo frio como ressecamento da pele, doenças cardíacas e problemas de circulação sanguínea.
A médica pediatra, Dra. Priscila Zanotti Staglirio, afirmou que várias doenças são mais comuns no inverno e podem acometer crianças, dentre as quais resfriados, gripes, otite, pneumonia, sinusite, asma, meningite, rinite, amidalite, bronquiolite e rotavírus. Muitas delas são as causas dos pais procurarem pelo atendimento de urgência e emergência ao invés de uma clínica médica.
De 30 a 40% dos atendimentos nos prontos-socorros infantis acontecem sem necessidade. “Existem diversas doenças que incapacitam nossas crianças de brincar e, até mesmo, de aproveitar o período de férias, agora em julho. Mas o mais importante, antes de qualquer dica de como lidar com elas, é saber quando levar a criança ao pediatra em consulta no ambulatório/clínica e quando recorrer ao atendimento no PSI”, frisou Dra. Priscila.
Segundo ela, o Brasil tem a cultura de atendimento de urgência e não ambulatorial de prevenção, o que é prejudicial, já que a criança pode chegar com uma doença no hospital e sair de lá com duas ou mais, além do risco de infecção hospitalar.
Nos prontos-socorros, os médicos têm um protocolo de atendimento para saber mais sobre o período de manifestação dos sintomas nas crianças. Isso ocorre porque algumas doenças virais ou bacterianas podem demorar em torno de 72 horas para o início de sua manifestação e possível diagnóstico. “Se você levar a criança antes deste prazo, pode ser que o médico não consiga identificar seguramente qual pode ser o tratamento adequado”, ressaltou Priscila. A ressalva é para crianças menores de três meses, independente do período de febre. É importante levar ao médico ao menor sinal de febre, pois nesta faixa etária não é comum ter febre e muito menos infecções.
“Outro ponto importante para dizer é o fato de quando levamos uma criança desnecessariamente a um ambiente (sala de espera) compartilhado com outras crianças também doentes, as chances de que ela adquira novas doenças e bactérias é considerável. É aquele ditado – chega com uma doença e pode sair com outra”, disse a médica.
DICAS
Antes de sair correndo para os hospitais, certifique-se de que a criança não está bem ao ponto de aguardar uma consulta presencial na clínica/ambulatório médico. Se estiver em condições favoráveis, fale com o pediatra.
Nunca medique a criança sem prescrição médica, pois as chances de causar alergias e reações adversas são grandes. Evite ir até a farmácia sem receituário do médico para comprar o que lhe é indicado por atendentes sem conhecimento profundo ou certeza de diagnósticos.
A meningite do tipo Haemophilusinfluenzae está controlada no Brasil por meio da vacina, por isso a importância de atualizar as doses destinadas às crianças (Foto: AEN)
Não fique se torturando com informações oriundas da Internet, sem fundamentos, fontes não confiáveis e ou com dados que não são relevantes à situação atual da criança. Cada paciente reage diferentemente de acordo com a sua imunidade e respostas fisiológicas.
Na dúvida de qualquer conduta médica e ou procedimento, solicite esclarecimentos ao médico ou a quem atende a criança. É um direito dos pais ou responsáveis saberem o que acontece com a criança e quais são os procedimentos indicados para o tratamento adequado.
Pneumonia – é uma doença de cunho inflamatório que pode ser originada de bactérias, vírus, fungos e ou parasitas no pulmão e afeta os alvéolos (sacos de ar microscópicos).
Gripe – é uma infecção respiratória causada pelos vírus da família Influenza. Provoca febre, mal-estar e sintomas que podem deixar a pessoa prostrada.
Resfriado – também é provocado por meio de infecção respiratória viral, oriunda de múltiplos vírus. Diferente da gripe, não provoca febre, mas pode confundir os pais no diagnóstico devido à coriza e mal-estar ocasionados nas crianças.
Meningite – principais tipos: Streptococcuspneumoniae (pneumococo) – mais comum e pode provocar infecções de ouvido e pneumonia. Neisseriameningitidis – é extremamente contagiosa e afeta principalmente adolescentes e jovens adultos. Se espalha na corrente sanguínea por meio de infecções respiratórias. Haemophilusinfluenzae – comum no contágio em crianças, essa bactéria está controlada no Brasil por meio da vacina, que protege e imuniza contra a transmissão a partir de infecções no trato respiratório. Listeriamonocytogenes – mulheres grávidas, idosos, recém-nascidos e pessoas com baixa imunidade são mais aptas ao contágio, enquanto a maioria das outras pessoas não apresenta sequer os sintomas. Meningite fúngica – pode elevar ao estado agudo da doença e apresenta sintomas semelhantes aos da meningite bacteriana. Atualmente é menos comum e não é transmitida de pessoa para pessoa.