João Zattar afirma que Paranaguá, assim como outras cidades do Paraná, corre risco de ter casos de doença
Após 20 anos sem incidência da doença, na quarta-feira, 7, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou o primeiro caso de sarampo no Paraná em décadas. Uma mulher de 41 anos, residente em Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, que fica a aproximadamente 108 quilômetros de Paranaguá, está isolada em tratamento de sarampo e estão sendo feito procedimentos de bloqueio vacinal seletivo nas pessoas que tiveram contato com ela. Segundo a Sesa, ela esteve em São Paulo em julho, onde possivelmente contraiu a doença que apresentou seus sintomas no dia 2 de agosto.
Segundo o médico João Felipe Zattar Aurichio, o último caso de sarampo no Paraná foi diagnosticado e tratado em 1999. “O retorno dessa doença infectocontagiosa, até então erradicada, representa um risco para todo o Estado, principalmente para o grupo de risco composto por: gestantes, crianças com menos de 6 meses, idosos, portadores de doenças crônicas e com baixa imunidade. É importante salientar que esse caso no Paraná é alóctone, ou seja, o contágio aconteceu em São Paulo, mas, é claro, que todas as pessoas não vacinadas em contato com o vírus têm 90% de chance de adquiri-lo”, explica.
SINTOMAS
“O sarampo é uma doença infecciosa aguda e contagiosa, causada por um vírus que pode passar de pessoa a pessoa através das secreções da boca e do nariz. A pessoa pode contrair o vírus e demorar cerca de 10 dias para iniciar os sintomas, sendo que os principais são: febre 38 a 39ºC, dor de cabeça, congestão nasal, tosse seca, conjuntivite e ínguas no pescoço. Após uma semana desses sintomas, a pessoa pode apresentar manchas avermelhadas, que começam pela face, vão para o tórax e barriga e, após isso, para os braços e pernas. Nesse momento, pode haver a piora da infecção por uma pneumonia, meningite ou otite que pode até levar à surdez. E por último, há a remissão da doença”, explica o médico João Zattar.
Segundo Zattar, o motivo da volta do sarampo ao Paraná é provavelmente a ausência de vacina e contato com o local do surto da doença que é o Estado de São Paulo (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
VACINAÇÃO
De acordo com o profissional de saúde, a prevenção é a forma mais eficiente de tratamento da enfermidade. “Não há hoje um tratamento específico para o sarampo. Portanto, a melhor forma de tratar é se prevenir. E a melhor prevenção que temos é a vacina, a qual está disponível no Brasil desde 1968, inclusive sendo aplicada na rede pública sob a forma de tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ou tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). No calendário vacinal, ela é feita de rotina aos 12 meses na criança e posteriormente aos 15 meses. Fazendo esse esquema, não precisa se vacinar caso esteja em uma vigência de surto”, complementa Zattar.
QUEM NÃO LEMBRA DE TER SIDO IMUNIZADO DEVE TOMAR A VACINA
O médico explicou a situação em torno de cidadãos que não lembram de ter sido imunizados ao sarampo e que pretendem tomar a vacina. “Muito importante, quem nunca tomou ou não lembra ou não tem a carteirinha deve tomar. No entanto, alguns grupos não devem tomar, como: gestante, crianças com menos de 6 meses, imundeprimidos e pessoas acima de 50 anos. Essa vacina é feita de vírus vivo, mas atenuado, portanto, ela pode gerar uma certa reação vacinal nesses grupos de risco”, explica. Além disso, de acordo com ele, quem já tomou a vacina ou já contraiu o sarampo não precisa se vacinar novamente.
RISCOS DE CASOS DA DOENÇA EM PARANAGUÁ
O fato do caso confirmado de sarampo ter sido na Região Metropolitana de Curitiba, em um município localizado a 108 quilômetros de Paranaguá, acendeu um alerta na população em torno da doença no litoral, bem como em todo o Paraná. Segundo Zattar, o motivo da volta do sarampo ao Paraná é provavelmente a ausência de vacina e contato com o local do surto da doença que é o Estado de São Paulo. “Por isso reforçamos que o melhor tratamento é a prevenção com a vacina. Paranaguá, como qualquer outra cidade do Estado, corre risco de ter casos da doença. Ainda mais sendo uma cidade com circulação altíssima de pessoas”, finaliza Zattar, afirmando estar à disposição dos cidadãos que tiverem mais dúvidas em torno do sarampo pelo WhatsApp (41) 99134-8913.
Confira dicas do médico João Zattar de prevenção ao sarampo:
1. Verifique sua vacinação e dos seus filhos.
2. Na presença de sintomas gripais, evite contato com as pessoas.
3. Se apresentar manchas pelo corpo, procure imediatamente o médico.
4. Caso viaje para locais com surto ou casos, como São Paulo, e alguém que irá não for vacinado, vacine até 15 dias antes de ir.