Se não bastasse o sobrenome em comum com Rachel Costa, parnanguara que dá nome ao teatro municipal, Sueli Costa e a parnanguara ilustre carregam consigo várias peculiaridades. Ambas são professoras, nascidas na mesma cidade e envolvidas com a classe artística, porém, em épocas diferentes.
Assim é possível definir a professora e atriz profissional Sueli Costa. Ela iniciou no teatro em 1988, quando os amigos Rogério Soares, Chico Costa e Pilda Costa estavam montando um espetáculo infantil intitulado “Chapeuzinha Vermelha, o purgante”, e precisavam de alguém para interpretar um personagem feminino.
“Meu marido na época, irmão de Chico e primo de Pilda, pediu que me convidassem, pois achava que eu precisava me ocupar com alguma coisa para não ficar implicando com as saídas dele. Eu aceitei, e nunca mais parei. Permaneci porque o teatro é libertador. Eu era o tipo de pessoa tímida, arredia e travada”, explica.
Por muitos anos Sueli trabalhou com teatro sem ter um teatro em Paranaguá. O único que existia era a Igreja da Ordem, adaptada.
“Quando viajava ou participava de festivais sentia mesmo uma sensação de inveja por ver cidades bem mais jovens que a nossa com infraestrutura para as artes. Quando o Teatro Rachel Costa foi inaugurado fiquei muito feliz. Quando foi embargado fiquei decepcionada. Agora está aí funcionando e, apesar das dificuldades, atendendo ao seu propósito. Esperemos que a tendência seja evolução”, destaca.
“Não tínhamos um teatro e, consequentemente, não tínhamos um público que se interessasse por artes cênicas. Procurei incentivar a valorização da arte local durante muitos anos com os grupos de Teatro em que trabalhei, como o ‘Quebre a Perna’ e ‘Véios Cênicos’, criando um público que consumisse arte. Depois dei aulas de teatro por nove anos, preparando uma geração de pessoas que se interessam por arte”, apontou.
Sueli ressalta também que, após a inauguração do Teatro Rachel Costa, a cidade entrou no roteiro teatral paranaense, podendo receber companhias de fora da cidade, do Estado e do País. “Com a inauguração do teatro, surgiu a oportunidade de companhias locais explorarem mais recursos técnicos em seus trabalhos. Assim como diferentes oportunidades de lazer para o público parnanguara, aumentando o número de pessoas interessadas em arte”, finaliza.
HISTÓRICO DO PRÉDIO
O prédio é o antigo casarão da família Veiga, o qual foi construído a partir de pedras retiradas de uma demolição da Igreja do Bom Jesus dos Perdões, em 1938. Após ficar abandonado, e conservada apenas a fachada e o frontispício, o imóvel foi adquirido pela Prefeitura de Paranaguá e, após ser restaurada, parte da construção nova, ergueu-se o Cine Teatro “Rachel Costa Pereira”, com 530 lugares, sedia cursos, apresentações e concertos.