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Ciência e Saúde

Médico destaca o perigo de ‘fake news’ para a saúde dos cidadãos

Médico João Zattar afirma que a Internet é um meio importante para conhecimento, mas é necessário cuidado para que diagnóstico só seja feito por médicos e que não haja automedicação e outros riscos à saúde

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João Zattar diz que notícias falsas podem ocasionar doenças e risco de morte com boatos sobre vacinação, automedicação e dietas 

As “fake news”, ou notícias falsas, são um problema presente na sociedade em uma época em que a Internet e as redes sociais são um dos principais meios de informação concedidos aos cidadãos. Este fenômeno afeta também a área de saúde, como, por exemplo, pais e responsáveis de crianças não vacinando os filhos por acreditarem que a dose faria mal para a saúde dos pequenos, assim como com pessoas se automedicando sem consultar médicos ou tomando termogênicos e fazendo dietas e séries de academia sem avaliação física, algo que pode colocar as pessoas sob risco de doenças graves.

O médico João Felipe Zattar Aurichio destaca que as notícias falsas são uma realidade em todas as áreas da vida humana, abrangendo setores político, social e a própria saúde. “A melhor forma de combatê-las é utilizar os mesmos meios pelos quais elas são veiculadas, para poder orientar as pessoas com informações de qualidade. Considero isso um papel fundamental do profissional de saúde, que vive o dia a dia e sabe quais são as dúvidas que mais assolam as pessoas. Um bom exemplo diz respeito às inúmeras vezes em que esclareci o boato de que a vacina contra gripe causa gripe. E para que isso dê certo, precisamos que todos compartilhem essas orientações e questionem o profissional de saúde, se houver alguma dúvida, e não vá buscar informações de pessoas inaptas”, destaca.

João Zattar afirma que a Internet é um meio importante para obtenção de conhecimento, mas todo  cuidado é necessário na questão de diagnóstico de doenças em páginas e sites. “O diagnóstico de uma patologia deve ser feito mediante uma consulta médica, dentro do consultório, baseado em uma boa anamnese, exame físico e exames complementares se necessários. A automedicação também é rigorosamente desestimulada e danosa. Saiba que uma das maiores causas de piora de doenças cardíacas, renais ou do fígado é tomar remédio sem prescrição médica. E não importa o quanto divulgamos isso, atendo diariamente pacientes em meu consultório com efeitos colaterais de medicamentos que são comprados sem receita”, frisa. 

DIETAS, ACADEMIA E EMAGRECIMENTO 

Zattar destaca na área fitness, emagrecimento, com realização de dietas e exercícios físicos e uso de produtos sem consulta médica são itens realizados continuamente pelas pessoas nas redes sociais e Internet. “Emagrecimento é um das áreas da saúde em que mais se comercializa produtos. É a cereja do bolo da indústria farmacêutica. Não se deixe levar por isso. A alimentação à base de carboidratos integrais, fibras, proteínas magras e gorduras insaturadas associada a exercícios físicos frequentes sempre será o melhor e mais saudável meio de se chegar ao objetivo da perda de peso e manutenção dele. Essas dietas fora desse padrão e o uso de medicamentos oferecem, na maioria das vezes, uma perda rápida e súbita do peso que dificilmente irá se manter e, posteriormente, pode retornar ao peso anterior ou engordar mais ainda”, salienta.

Outra observação é em torno de exercícios físicos e musculação por parte das pessoas através de canais no YouTube e “fórmulas mágicas” pela Internet. “Tudo dependerá da condição física de quem realizará o exercício. Se você deseja utilizar a Internet para se orientar como fazer exercícios, é uma ótima ideia, mas deixe seu médico ciente antes de tudo”, explica.

Segundo Zattar, orientação médica profissional não pode ser substituída por informações soltas na internet, muitas vezes sem comprometimento com a verdade (Foto: Divulgação) 

REDES SOCIAIS 

Com publicações semanais ao vivo nas rede sociais, o médico João Zattar é adepto ao uso da Internet para se aproximar dos pacientes e cumprir sua função social de forma mais ampla. “Sempre imaginei que, como médico, deveria utilizar de alguma forma as redes sociais para poder exercer meu papel diante da sociedade. As pessoas estão conectadas, portanto, você irá se conectar com elas, querendo ou não. Antigamente, havia um tabu em falar com o médico fora do período da consulta, por meio de telefonemas ou mensagens. E esse tabu está sendo cada vez mais quebrado. Claro que devemos respeitar um código de ética médica, em que o próprio CRM (Conselho Regional de Medicina) fiscaliza e pune os profissionais que estão em desacordo. E isso é extremamente importante para preservar os nossos pacientes desses sensacionalismos e charlatanismo”, explica. 

“Acredito muito na inovação digital como uma disrupção no cuidado da saúde. O número de pessoas que impactamos com nossas orientações é enorme e isso nos desperta mais ainda o desejo de ajudar o outro. E digo a vocês, sonho muito com o dia em que você possa abrir seu celular, mapear todos os dados do seu exame físico e possa transmitir ao seu médico para que ele colha a história clínica e, assim, diagnostique sua doença. Isso é de arrepiar! E saibam vocês que essa é uma realidade muito próxima, mais próxima do que você imagina”, finaliza o médico João Zattar. 
 

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