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O caminho do Itupava

Por muito tempo, uma das mais importantes vias de comunicação, era o Caminho do Itupava.

O caminho do Itupava

O caminho do Itupava

Pelas características geográficas e específicas da colonização ocorrida na baía de Paranaguá, a ocupação se deu inicialmente no litoral e foi adentrado o caminho das primeiras minas de ouro de lavagem. No caminho das minas, outras catas e faisqueiras foram descobertas, o que por sua vez, originou outras freguesias e vilas, como é o caso de São José dos Pinhais e Curitiba. Nessas povoações é bem provável que ocorresse a demanda por mantimentos e gêneros mais refinados, tais como bebidas, tecidos e ferramentas. Mesmo com a barreira natural da Serra do Mar, caminhos e trilhas indígenas foram apropriados, visando a comunicação entre o litoral e o planalto. Por muito tempo, uma das mais importantes vias de comunicação, era o Caminho do Itupava. De acordo com Julio Moreira, o trajeto se iniciava onde hoje se localiza o Largo do Bittencourt, junto ao Círculo Militar, em Curitiba. Dali ia em direção ao rio Belém e terminava no Rio Cubatão. Uma das partes mais difíceis do trecho estava situado na Serra do Mar. Em razão das escorregadias subidas e descidas, atoleiros e pedrarias, essa parte foi revestida antes das demais, com pedras grosseiras. Pela confluência dos rios Mãe-Catira e Ipiranga formava-se o Cubatão, na margem do qual findava o caminho. Dali em diante, os viajantes continuavam a jornada em canoas rumo a Paranaguá. 

Através deste caminho criou-se uma relação de dependência entre as vilas situadas entre o litoral e o planalto. Deve-se ressaltar que, as vilas situadas no planalto tinham acesso a mercadorias importadas, através do porto de Paranaguá. Desta forma, pode-se problematizar que conforme essa população se expandia, nesse território em constante disputa e demarcação de fronteiras e, conforme outras povoações eram criadas, a demanda por mantimentos, por mercadorias e por escravos também pode ter crescido. E se por um lado, alguns destes caminhos terrestres foram utilizados em função da mineração, no século XVIII, com o decréscimo dos rendimentos da exploração do ouro, os caminhos continuaram a ter um papel importante na conexão entre estes espaços, o que de forma direta e indireta impactariam o espaço do ancoradouro de Paranaguá.

Referências: MOREIRA, Júlio Estrela. Caminhos da Comarca de Curitiba e Paranaguá. Vol. 1. Curitiba: IHGPR, 1985. p. 5-8

Priscila Onório Figueira

Historiadora-membro do IHGP

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