Testes com camundongos indicaram que vacina teve efeito positivo
Na quarta-feira, 23, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) anunciou que uma vacina está sendo desenvolvida por cientistas da universidade e que ela já teria se mostrado eficiente em duas doses. De acordo com a assessoria, a imunização contra o novo Coronavírus obteve sucesso em testes feitos com camundongos, visto que a fase de desenvolvimento atual é denominada de pré-clínica.
“O experimento, feito em camundongos de laboratório, foi dividido em três grupos. O primeiro recebeu imunização com partículas do polímero bacteriano polihidroxibutirato (PHB) recobertas com partes específicas da proteína Spike, que é a que permite ao Sars-CoV-2 infectar nossas células. No segundo grupo, as partículas com a proteína viral foram somadas ao Adjuvante de Freund, uma solução de antígeno usado como um imunopotenciador. Os últimos indivíduos, pertencentes ao grupo controle receberam apenas o polímero bacteriano polihidroxibutirato (PHB). Uma segunda dose das mesmas substâncias aplicadas em cada grupo experimental foi administrada 20 dias depois”, explica a UFPR.
“De sete animais no grupo imunizado com antígeno ligado ao PHB, cinco apresentaram resposta pelo menos 20 vezes superior à do grupo controle. Na média, o grupo apresentou 54 vezes mais anticorpos contra o antígeno que o grupo controle”, afirma um dos responsáveis pelo estudo, Marcelo Müller dos Santos, professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR.
“Com relação à adição do Adjuvante de Freund, não houve um efeito promotor na resposta imune contra as partículas de PHB carregadas com antígeno. O grupo de animais inoculados com partículas e adjuvante apresentaram 37 vezes mais anticorpos do que o grupo controle, mas ainda assim abaixo do grupo imunizado sem o adjuvante”, ressalta a assessoria.
A UFPR ressalta que os resultados desta primeira etapa foram um primeiro passo importante, visto que, para o professor, o ensaio pré-clínico mostrou que é possível que as partículas de PHB carregadas com antígenos sejam utilizadas como veículo para imunização contra infecções virais como a Covid-19. “Nos testes seguintes, analisaremos a reprodutibilidade desses resultados, o efeito do tamanho das partículas e da carga de antígeno”, complementa. “Caso os resultados sejam positivos, os pesquisadores buscarão saber se os soros dos animais imunizados neutralizam a infecção do novo Coronavírus em cultura de células, que é um passo fundamental para provar a eficácia do imunizante”, afirma a assessoria.
Com informações da UFPR