Presidente Everson Farias destaca avanços em prol da categoria
No domingo, 13, o Sindicato dos Estivadores de Paranaguá e Pontal do Paraná (Sindestiva) celebra 117 anos de fundação. O presidente da Estiva, Everson Fernando Leite de Farias, destacou a importância histórica e econômica do sindicato em prol do Porto de Paranaguá e do avanço econômico em toda a região, bem como conquistas e demandas da categoria nos últimos anos. Além disso, ele abordou a importância do diálogo com o setor empresarial e comunidade portuária, além das adaptações realizadas pelos estivadores e Sindestiva para o enfrentamento e continuidade das funções durante a pandemia da Covid-19.
“Nesses 117 anos de Sindestiva e quase seis anos do nosso mandato, temos conseguido o diálogo, a mesa de negociação, a conversa com o operador portuário, com isso tudo mostramos a necessidade de caminharmos juntos, até porque precisamos estar juntos, pois um precisa do outro. Nessa caminhada mostramos transparência junto com eles na mesa de negociação, a eficiência e mão-de-obra da parceria, tanto é que chegaram mercadorias novas ao Porto de Paranaguá graças a essa eficiência do trabalhador e em toda a área portuária e dos demais sindicatos coirmãos. A Estiva sempre esteve à frente, foi o carro-chefe na faixa portuária, por isso caminhamos juntos com responsabilidade a bordo das embarcações e com a cidade de Paranaguá. Isso é muito importante para nós”, afirma o presidente do sindicato.
Avanços sociais da categoria
Segundo o líder sindical, quando a atual gestão assumiu o sindicato há cerca de seis anos, foram encontrados diversos problemas financeiros e em outras esferas. “Então nós precisamos enfrentar esses problemas junto com a categoria. Realizamos muitas assembleias para demonstrar o que estava acontecendo dentro do sindicato e nesses seis anos conseguimos pactuar uma convenção coletiva muito produtiva e positiva. Mudamos totalmente o cenário econômico da Sindestiva, trazendo novamente a dignidade e autoestima do nosso trabalhador”, explica. “Hoje o estivador e sua família estão melhores. Estamos avançando cada vez mais e sem deixar de conceder nenhum repasse anual a este trabalhador. Toda vez que negociamos fazemos a reposição inflacionária”, explica.
“Nessa questão da pandemia da Covid-19, perdemos quase 500 trabalhadores. Travamos uma luta grande de quase quatro meses para a Medida Provisória (MP) 945 que se tornou lei e agora trouxemos muitos fatos positivos. Tivemos um grande apoio do deputado Felipe Francischini, que foi o relator da MP 945 e nos agraciou nos 45 minutos do segundo tempo com avanços de ganho em torno dos trabalhadores, os quais ganharam 50% e ficaram afastados, começando a ganhar 70%. Conseguimos mudar de seis para 12 meses a somatória de ganho desses trabalhadores, bem como avanços para portos sazonais, o que não ocorre em Paranaguá, mas tem muito porto coirmão que, muitas vezes, é sazonal e não tem serviço o ano inteiro, onde o trabalhador ficou com renda muito baixa, com o avanço ficou garantido a este trabalhador pelo menos um salário mínimo”, informa Farias.
Saúde dos associados
Everson Farias ressaltou que no início da gestão atual foram encontrados problemas na caixa de assistência do Sindestiva, algo que foi demonstrado à categoria em assembleias. “No decorrer, conseguimos fazer uma terceirização desse plano do atendimento externo. O atendimento interno nós melhoramos, revitalizamos a nossa clínica e contratamos mais médicos. Renovamos nossa frota de veículos com vans novas, algo que o trabalhador está enxergando todos os dias. Hoje nós estamos muito bem e trazendo conforto às famílias estivadoras. Devemos o tempo inteiro, como representantes dos trabalhadores, cuidar das famílias estivadoras e dos estivadores a bordo da embarcação, algo que é uma preocupação de qualquer dirigente. Estamos no caminho certo”, acrescenta.
Presidente e raiz familiar na Estiva
O presidente ressaltou que o Sindestiva foi iniciado no Centro Histórico na frente do Danúbio, onde começaram os serviços do estivador. Meu avô foi sócio-fundador da Estiva em 1903, quando os navios atracavam ali e iam buscar o chamado capataz, que era o homem que comandava este serviço. “Quando o navio atracava, o comandante se direcionava a este capataz e pedia para aquelas funções a quantidade de homens para desembarcar ou carregar as mercadorias, aí eles empleitavam o navio para a descarga ou carregamento. A origem está naquela pracinha e no decorrer dos anos fomos caminhando”, relembra.
“Aí se vê a importância de eu ser a terceira geração dentro da Estiva e ter meu avô como sócio-fundador desse sindicato, bem como tive seis tios que foram estivadores e o meu próprio pai, que era o caçula e entrou em 1966 na Estiva e completou seu serviço até 2005, quando se aposentou. A gente tem isso na raiz. Quando comentamos das cores vermelha, preta e branca da bandeira da Estiva, nós sabemos que o vermelho é o sangue derramado nas embarcações pelos trabalhadores do passado que lutaram bravamente para manter o sindicato em pé, o preto é o luto constante que temos pela perda desses trabalhadores ao longo dos anos e o branco é a paz que pedimos o tempo inteiro”, destaca o presidente.
“Quero parabenizar todos os estivadores e, em especial, suas famílias que estão ao lado deles nesses anos, pois os familiares sabem o quanto é duro o trabalho e enfrentar sua rotina dia e noite, mês a mês, ano a ano. Quero parabenizar as famílias que também já perderam o trabalhador que já contribuiu muito, entre aposentados que estiveram e contribuíram muito com este sindicato. Estamos de passagem, são 117 anos, não são 117 dias, então você imagine a história que há por trás deste sindicato que é centenário, forte e feito de luta”, finaliza Everson Farias.