O Porto de Paranaguá faz nesta semana uma operação diferente. O navio Penguin Arrow, atracado no berço 215, opera, simultaneamente, dois tipos de cargas diferentes. Ao mesmo tempo que descarrega malte, há o embarque de 45.758 toneladas de celulose – a segunda maior quantidade do produto movimentada no porto paranaense.
O navio atracou na noite de domingo, 2. A operação teve início na segunda-feira, 3, mas para concluir o carregamento serão cerca de três dias de movimentação.
O diretor de operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior, disse que geralmente são os navios de veículos ou de contêineres os que fazem essas operações simultâneas de carga e descarga.
Segundo Teixeira, a operação exige muita coordenação. “Esse tipo de operação não é comum, mas está previsto no regulamento de programação, atracação e operação dos portos”, disse. “Sua efetivação depende do plano de carga e descarga feito pelo armador e executado pelo operador das cargas. O maior desafio é sincronizar os movimentos de carga e descarga. É preciso um bom planejamento”.
Serão três mil toneladas de malte, de origem francesa, que serão descarregados. Já no embarque, são 45.758 toneladas de celulose que têm como destino a China. As duas operações serão realizadas pelo operador Rocha.
“Este operador é credenciado pela Klabin para operar no embarque de operação de celulose. Ao mesmo tempo, a empresa também opera na descarga dos granéis sólidos, estando, portanto, habilitado para as duas operações simultâneas”, afirma o diretor. Ainda de acordo com Teixeira, a habilitação de um operador compete ao importador ou exportador da carga. “Cabe à autoridade portuária (no caso, a Portos do Paraná) fazer a habilitação da empresa como operadora portuária do porto público”, esclarece.
Exportação
A celulose embarcada pertence à Klabin. Segundo a empresa, esse segundo maior embarque é justificado pelo volume destinado à China, principal comprador do produto. “Nesse caso, especificamente, como o grande volume vai para a China e tínhamos dois navios programados para carregar, com datas próximas, conseguimos mandar todo o volume concentrado em um navio só”, explica Gerson Ferreira, coordenador de Logística Internacional da Klabin.
Um navio levaria 20 mil toneladas no final de julho e outro, 25 mil toneladas, agora no início de agosto. Segundo o representante da empresa, além da Ásia (China), a Europa também é destino da celulose embarcada pelo Porto de Paranaguá.
O maior lote de celulose já embarcado pela Klabin, no porto paranaense, foi de 46 mil toneladas. O volume foi carregado no último mês de novembro, no navio norueguês Star Lindesnes, que também seguiu para a China.
“A operação desse porte permite que se tenha um rendimento melhor no ritmo de embarque, possibilitando o alcance de ótimos índices de produtividade, em uma única operação. Além disso, navio com capacidade de carregar maiores volumes significa diminuição de custos envolvidos na operação”, afirma o diretor de operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior.
Segundo ele, desde o início da operação de celulose da Klabin, nos Portos do Paraná, se destaca a qualidade da mão de obra aplicada. “Essa possibilita qualidade no manuseio da carga e também alcançando ótimos resultados, dando total segurança. A operação requer muita mão de obra dos trabalhadores portuários avulsos, o que traz benefícios ao município e à população”.
Operador
Segundo Jorge Magalhães, superintende comercial do operador das cargas, a empresa Rocha, realizar qualquer tipo de operação é um desafio, pela natureza da atividade.
“A simultaneidade duplica os pontos de atenção, mas a Rocha possui o diferencial de ter uma equipe robusta e experiente e infraestrutura especializada para poder atender esse tipo de demanda e os diferentes segmentos”.
Navio
O Penguin Arrow, um navio de carga “multipropósito”, tem bandeira das Bahamas. A embarcação, que seguirá totalmente carregada de celulose, diretamente para os portos chineses, mede 199,7 metros de comprimento (loa) por 32,2 metros de largura (boca).
O design do navio é diferente, pois este traz no convés pontes rolantes chamadas de “gantry crane”. Essas espécies de “guindastes” operaram em lugares onde não tem equipamentos de terra, com maior rapidez porque permite ao operador visão total da carga.
Fonte: AEN