É inegável que o isolamento social provocou uma revolução nas famílias e que, mesmo não permitindo estar presente fisicamente, o período promoveu a união das pessoas. Ainda que contraditório, isso é o que muitos têm percebido em suas casas – o estreitamento de laços afetivos com os filhos – possibilitando um conhecimento maior sobre eles, assim como sobre o funcionamento da casa.
As crianças talvez sejam a parte mais sensível dessas mudanças. Antes acostumadas com as brincadeiras nos parquinhos, com os passeios, com o encontro com os amigos e professores na escola, agora precisam compreender a vida em isolamento e a convivência intensiva com os pais. Sendo este também um momento de aprendizados para elas, sobre como lidar com o inesperado e com situações que fogem do controle.
Este é um momento que, sem opção, crianças e adultos tiveram que pisar no freio e refletir sobre coisas tão fundamentais como a solidariedade, as condições precárias de higiene que vivem algumas comunidades no mundo, a fome, as condições dos hospitais públicos no País, a importância dos profissionais de saúde, a necessidade de ter meios confiáveis de informação, entre outros. Fatos que antes passavam despercebidos, hoje têm um peso maior.
A pandemia colocou de maneira súbita todos os cidadãos no mesmo nível de igualdade. Ao contrário de uma guerra, que gera divisão, a pandemia uniu os povos, incentivou a cooperação internacional em prol de um bem comum que é salvar vidas. Se este período marcará um novo começo para a humanidade ainda não é possível afirmar, mas o que todos torcem é para que essa mudança seja para melhor.