Marcello Richa

Campanha contra a dengue

Em 2015 o Brasil bateu recorde em casos e óbitos por dengue, uma situação alarmante que gerou um surto de microcefalia associada ao zika vírus e o difícil...

Em 2015 o Brasil bateu recorde em casos e óbitos por dengue, uma situação alarmante que gerou um surto de microcefalia associada ao zika vírus e o difícil trabalho de contenção da epidemia. Atualmente a maioria dos estados e municípios não tem condições financeiras para investir devido à crise econômica que o governo Dilma levou o país e a diminuição de recursos da União para a saúde.

De 2013 a 2015, o Ministério da Saúde reduziu pela metade a verba extra repassada às prefeituras para ações de combate ao Aedes aegypti, que é o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. Somado aos recursos repassados do piso fixo de vigilância em saúde, os valores caíram de R$ 1,56 bilhão em 2013 para R$ 1,41 bilhão em 2015. O reflexo disso foi sentido em todo o país com o aumento constante de casos de dengue.

Nesse lamentável cenário de queda de investimentos na saúde, o governo do Paraná novamente se mostra na contramão da crise. Devido ao ajuste fiscal promovido pelo governador Beto Richa no início de 2015, o Paraná conseguiu alcançar uma situação econômica mais estável que permitiu realizar aportes financeiros acima de R$ 120 milhões aos municípios para ações preventivas e de controle do mosquito transmissor. Para reforçar esse trabalho, foi anunciada nesta terça-feira (26) a primeira campanha pública de todas as Américas de combate contra a dengue.

A campanha, que começa no dia 13 de agosto, irá imunizar 500 mil pessoas nos 30 municípios com maior circulação viral da doença. Serão investidos R$ 50 milhões de recursos estaduais para a compra da vacina Dengvaxia, produzida pela empresa francesa Safoni Pasteur. Mais uma iniciativa inédita na área da saúde que o Paraná promove e que vai de encontro com a necessidade da população.

Desde o primeiro caso registrado do vírus da dengue, em 1981, ela tem ocorrido de maneira contínua no Brasil. Estudos da Universidade Brandeis, nos Estados Unidos, apontam que, além dos problemas de saúde e risco de morte que provoca, a dengue gera um prejuízo de aproximadamente R$ 3,5 bilhões por ano nas Américas. Apenas no Paraná foram mais de R$ 330 milhões gastos, de maneira direta e indireta, para atender famílias atingidas e pessoas hospitalizadas devido à doença.

A campanha de vacinação contra a dengue é um investimento na saúde que trará reflexos positivos em outros setores, porém de maneira isolada não irá resolver o problema, uma vez  que não substitui os cuidados diários necessários para combater o Aedes aegypti. É uma ação diferenciada que irá atender uma demanda imediata, mas que também deve servir de alerta para que todos percebam a gravidade dessa epidemia e se unam no combate e controle do mosquito transmissor.

 

Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)

 

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