Patrimônio público é alvo constante de depredações

Prática é crime e tem intrigado a população que defende a história local

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Depredar o patrimônio público é crime e tem mudado o cenário de praças, ruas e prédios históricos de Paranaguá. O ideal de uma cidade histórica limpa, organizada e, principalmente, preservada, acaba ficando cada vez mais distante com os constantes furtos, destruições e pichações. Tudo isso acaba gerando resultados negativos, já que é preciso “corrigir” cada estrago causado.

O artigo 163 do Código Penal Brasileiro considera crime a depredação de patrimônio público, com pena que vai de seis meses a três anos, mais multa, além de pena correspondente à violência.

 

PALÁCIO VISCONDE DE NÁCAR

Na última quinta-feira, dia 8, no Palácio Visconde de Nácar, a estátua da República foi pichada novamente. O técnico em restauro da Prefeitura de Paranaguá, João Ricardo Castilho, que realiza um trabalho no local, explicou que ao longo do ano isso já aconteceu diversas vezes. “Fomos almoçar e quando retornamos já estava desta forma. Desde março estamos trabalhando lá e estou pedindo para que a Guarda olhe. Já tive que repintar a estátua da República duas vezes, dá pena de ver”, disse.

 

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Nas redes sociais, a população de Paranaguá tem se mostrado indignada ao ver fotos como o da estátua pichada. É o caso da professora Elza Gabriel da Silva, que após saber do acontecido, lamentou o fato, lembrando que os patrimônios estão precisando de cuidados, como é o caso da Estação Ferroviária. Celso Luiz Johnsson, o “Mago das Bolhas”, que divulga o nome da cidade através de sua arte pelo Brasil inteiro, também lembrou o caso do interior do Palácio Visconde de Nácar, que está destruído. E o internauta Toshikazu Hassegawa é claro quando diz que “a sociedade esclarecida de Paranaguá tem que assumir as rédeas do patrimônio histórico e cultural. Não esperem que políticos o façam”.

 

INVESTIGAÇÃO

Sobre o fato da depredação no Palácio Visconde de Nácar, Castilho mencionou que os autores do ato de vandalismo deixaram os nomes e sobrenomes registrados na estátua e que providências serão tomadas com relação a isso. “Já conseguimos identificar um deles nas redes sociais”, afirmou Castilho.

Toda vez que um objeto é danificado causa prejuízos, já que é preciso de mais material como resina e pó de mármore para tentar restaurar. “Isso já aconteceu mais de dez vezes neste ano. Agora tem acontecido todo fim de semana e até no meio de semana, como aconteceu agora. São atos de vandalismo mesmo”, lamentou Castilho.

Outras partes do Palácio também foram danificadas como os bancos localizados no jardim do prédio. “Os bancos da baronesa, que estavam todos quebrados e nós restauramos, já estão todos quebrados, além de picharem todas as paredes”, concluiu Castilho.

 

OUTROS LOCAIS DEPREDADOS

Na Praça Pires Pardinho, que abriga o Pelourinho, um local que deveria receber turistas de vários locais que passam por Paranaguá, há bancos quebrados. A Casa Cecy, que hoje é sede da Fundação Municipal de Cultura, outro ponto histórico, está com as paredes laterais com pichações.

A Fontinha, construída no século XVII, considerada a mais antiga construção em alvenaria militar do município, está abandonada, sua imagem não retrata mais um local histórico, mas um alvo de pichações e depredações.

O busto de Getúlio Vargas, que ficava localizado na Praça Fernando Amaro, foi derrubado do seu pedestal e já não existe mais no local. Resta apenas a placa que o homenageia. Essas são apenas algumas regiões da cidade onde podem ser registrados tais atos criminosos e que não favorecem em nada o desenvolvimento e a valorização da cidade.

 

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O QUE DIZ A PREFEITURA

Segundo a secretaria municipal de Segurança, nos últimos meses não há relatos de furtos de objetos históricos, mas alguns atos de vandalismo. No início da reforma do Palácio Visconde de Nácar, antiga Câmara Municipal, placas de bronze foram furtadas, mas não houve denúncias ou relatos dessas ocorrências junto à Guarda Civil Municipal. Questionada sobre o impacto que esses gastos com reparos trazem aos cofres públicos, a prefeitura salientou que não há dados nesse sentido, mas que o dinheiro poderia ser aplicado em outros serviços à população.

 

PROVIDÊNCIAS

Assim que é percebida a depredação de um patrimônio público, abre-se um boletim de ocorrência na Polícia Civil e internamente são tomadas medidas administrativas para que a situação não volte a se repetir. “Desde reforço na segurança, com a presença de guardas civis municipais, além de melhorias na estrutura física do espaço, para coibir a ação de bandidos”, afirmou em nota a prefeitura.

 

DENÚNCIAS

Os moradores que verificarem algum ato de vandalismo podem denunciar através do telefone 153, que funciona 24 horas por dia, inclusive aos sábados, domingos e feriados, para que seja possível encaminhar viaturas para o pronto atendimento. “A população tem papel fundamental nesse contexto e deve denunciar sempre que presenciar qualquer ato delinquencial para os órgãos competentes”, atentou a Prefeitura de Paranaguá.

 

FISCALIZAÇÃO

A fiscalização no município é realizada pela Guarda Civil Municipal com emprego de viaturas que realizam rondas alternadas em diversos pontos públicos ou com maior fluxo de pessoas, como informou em nota a prefeitura. “Nos locais onde existe a presença física dos guardas, a vigilância é 24 horas por dia em escalas de revezamento e, onde existem as rondas, são realizadas com viaturas através de ações alternadas”.

 

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As câmeras de segurança, presentes em várias regiões da cidade, são ferramentas que podem contribuir para coibir os atos. “Os supostos 'meliantes ou suspeitos' poderão ser identificados com facilidade e sempre que são percebidas pessoas suspeitas em determinadas regiões, estas podem ser monitoradas pela Central de Comando Operacional (CCO) da Guarda Civil Municipal, que direciona efetivo para coibir através da presença a ocorrência do delito”, concluiu em nota a Prefeitura de Paranaguá.

Patrimônio público é alvo constante de depredações

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