Bagunça republicana
O presidente Michel Temer sabe de sabedoria antiga que ensina que quando um ministro perde as condições políticas de permanecer no cargo, nem mesmo o presidente consegue mantê-lo. Tanto que se livrou de Romero Jucá (PMDB-RR), ministro do Planejamento do seu governo interino, depois de ele ter sido flagrado conspirando contra a Lava Jato. Jucá durou menos de uma semana no cargo. É bem verdade que ele continua mandando no ministério, foi indicado por Temer para líder do governo no Congresso e preside o PMDB. Mas faltou-lhe sorte.
Se as regras anunciadas, ontem, por Temer para afastar ou demitir ministros vigorassem desde que ele chegou ao poder, Jucá não teria perdido o cargo. Nem ele nem pelo menos outros cinco ministros. Doravante será assim, segundo Temer: se um ministro for denunciado pela Procuradoria-Geral da República por qualquer tipo de crime, será afastado provisoriamente do cargo até que tudo se esclareça. Não perderá o salário. Agora imaginem a bagunça que será a República.
Fica na cadeia
A pena de reparação dos danos causados ao erário, na ordem de R$ 1,1 milhão, imposta pelo juiz Sérgio Moro frustrou o ex-deputado André Vargas (ex-PT) de passar do regime fechado para o semiaberto neste começo do ano. Vargas, condenado a 14 anos e quatro meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais desde o mês de abril de 2015, investigado no âmbito da Operação Lava Jato.
184 crimes
O Ministério Público Federal no Rio fez a quarta denúncia contra Sérgio Cabral (PMDB). Os procuradores imputaram 184 crimes de lavagem de dinheiro ao moço. Os fatos apresentados na denúncia são resultantes da Operação Eficiência, realizada no escopo das investigações da Força-Tarefa da Lava Jato no Rio.
Imediato
O Tribunal de Contas do Paraná (TCE) determinou a suspensão imediata do reajuste da passagem de ônibus em Curitiba. Notificada a prefeitura disse que irá recorrer e o preço, por enquanto, fica em R$ 4,25.
De A a Z
O governo está nas mãos de Rodrigo Janot, o procurador-geral da República, a quem cabe oferecer denúncia contra os implicados na Lava Jato. Basta Janot denunciar os ministros “A”, “B” ou “C” para que sejam afastados “provisoriamente”. E, pelo andar da carruagem, as denúncias podem ser de “A” a “Z”.
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