A Portos do Paraná apresentou dois painéis durante Conferência das Partes sobre Mudança Climática da Organização das Nações Unidas (COP-25), em Madri, na Espanha. Além de apresentar os painéis, como única autoridade portuária convidada em um dos eventos paralelos oficiais, a empresa pública busca novas alternativas para o desenvolvimento sustentável.
Segundo o diretor de Meio Ambiente, João Paulo Ribeiro Santana, a intenção é implementar as inovações ao longo dos próximos anos. “Estamos pensando em ações que contribuam para reverter as mudanças climáticas que estão sendo diagnosticadas na nossa baía, principalmente quanto ao Aquecimento Global, na tentativa de reduzir a emissão de gases de efeito-estufa”, afirma.
Além de alternativas às fontes energéticas, as inovações pensadas nos portos paranaenses, e apresentadas no evento, também são desenvolvidas para ampliar o relacionamento e cuidado com a comunidade. “Principalmente na interação com as pequenas comunidades da Baía de Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba. São ações que chamamos de ‘cultura do cuidado’, que é nos aproximarmos dessa população e propor ações conjuntas com todos”, acrescenta Santana.
CONSCIÊNCIA
Sobre a programação e as temáticas abordadas no evento, o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná afirma que o mundo está se reorganizando na forma como atua. “Fala-se muito sobre a questão da economia circular, que faz com que sejam revistas várias práticas de governo, de empresas, de ONGs. O foco dessa economia é cuidar das pessoas, da comunidade e reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Então, está surgindo uma nova cadeia de negócios que envolve isso”, diz ele.
Nessa linha, segundo o diretor, a Portos do Paraná já tem atuado. Uma das ações que estão sendo pensadas seria a implantação de uma linha comercial com navios que utilizem combustíveis menos poluentes, que estão sendo testadas e analisadas. Desde a eletricidade e o gás natural, do próprio GLP, entre outros.
“Precisamos nos alinhar com esses acordos e alternativas, que é o que vai fazer com que a nossa economia flua e novos negócios surjam. Vamos conseguir fazer mais contatos com novos mercados, propor novas ações e linhas de atuação, dentro do porto”, destaca.
Além de novas ideias quanto à economia circular, práticas e soluções de taxação do carbono serão trazidas para serem aplicadas na gestão e atuação dos portos do Paraná.
“Temos muitas ideias a serem implementadas”, diz a analista portuária e bióloga, Juliana Vendrami. Muitas experiências e vivências na área de meio ambiente e desenvolvimento sustentável estão sendo compartilhadas durante o evento. A ideia da participação é, segundo a especialista, absorver o máximo e tentar incorporar na realidade da Portos do Paraná.
“Devido à urgência do avanço no aquecimento global e nas mudanças climáticas, essa troca de informações pode beneficiar diretamente os portos do Paraná, para tentarmos nos inserir nessa política voltada ao desenvolvimento sustentável. Sabemos que nossas atividades geram impacto, mas a ideia é tentar, ao máximo, reduzir isso. Esta é uma oportunidade”, diz.
AÇÕES
Para o diretor administrativo-financeiro Daniel Romanowski, implantar as ações propostas no evento deve envolver toda a comunidade portuária, já que afeta toda a cadeia logística. “Somos principalmente exportadores de commodities. Quanto menor for o custo operacional, melhor será o resultado do produtor paranaense e da economia de nossa área de abrangência. Mas podemos ser competitivos e investir em eficiência energética, reduzindo nossa pegada de carbono, assim como continuar a investir no cuidado da comunidade a que pertencemos”, sugere.
O tema de eficiência energética, como lembra Daniel, já é debatido na diretoria. “Acredito que sejam iminentes algumas ações nesse campo nos Portos do Paraná, temos à disposição tecnologias testadas e algumas já consagradas. Uma tecnologia que tenho muito apreço, tenho pesquisado e incentivado junto ao Governo do Paraná, é a do biogás. Aproveitamento de resíduos orgânicos para produção de energia elétrica e biometano, além de outros subprodutos e benefícios. Teremos que vencer antes algumas etapas como concepção do projeto, viabilidade econômica, modelagem jurídica”, afirma.
Em andamento, são 36 programas de monitoramento e gerenciamento ambiental desenvolvidos pela empresa. “Independentemente do valor investidos em Gestão Ambiental, temos a certeza de que precisamos cuidar do ambiente em que vivemos, temos que entregar uma comunidade melhor ao final de nossa jornada. Acredito que o importante é que já implantamos este olhar ambiental em nosso processo produtivo, e de que todas as nossas ações estão cada vez mais pautadas neste viés”, afirma o diretor jurídico Marcus Freitas.
Fonte: AEN