EU VI, NINGUÉM ME CONTOU!
Tempos atrás os jogadores de futebol não eram atletas, na acepção do termo, eram considerados atletas quem treinava e praticava atletismo. Jogador de futebol treinava pouco, alguns para escapar do chão da fábrica, acabava indo ao clube mais cedo e dava umas voltas no campo. Sem diferença física o jogador se impunha ou pela técnica ou pela virilidade, que beirava a violência. O jogo era mais lento cadenciado, com jogadas de efeito, de ambas equipes e muitos gols. Cada domingo um espetáculo. Com estádio lotado e sem violência nenhuma nas arquibancadas. Cada equipe tinha pelo menos cinco jogadores de grande qualidade técnica, dando um brilho no jogo. Dai o que era apenas um esporte, virou um dos negócios mais lucrativo do Mundo. Sem os campos da várzea do passado e com a juventude voltada para a Internet e afins, rarearam os bons jogadores. Foi quando começou a era dos atletas no futebol ou melhor, os superatletas. O preparo físico tomou conta, prioridade absoluta, até em detrimento da técnica em muitos casos. Caiu a qualidade o jogo, ficou feio, mais marcado do que jogado. Fora do campo, o evento das torcidas organizadas, tiveram efeito contrário. Com raras exceções as torcidas brigam mais do que torcem. Afastando as famílias dos estádios, nas grandes cidades do País. Os clubes viraram empresas, as torcidas são profissionais, na sua maioria, os dirigentes contratam CEO, que nem sabem o que é gol olímpico. Assim caminha a humanidade da bola, o futebol ficou rico, o esporte empobreceu. Esta mudança eu vi, ninguém me contou. Tenho dito.
J. MALUCELLI PUNIDO
O TJD do Paraná se reuniu na terça-feira para julgar, entre outros, o caso Getterson, atleta do referido clube que jogou três partidas sem constar nos registros da CBF. Muito se escreveu e falou a respeito, os advogados consultados por mim tinham pensamentos diferentes sobre o caso. Alguns a favor outros contra o J. Malucelli. O Tribunal Justiça Desportiva entendeu que o referido atleta estava irregular nas três primeiras partidas, pois seu nome não constava no BID, por 4 votos a 1, puniu o clube com 16 pontos mais uma multa de 30 mil reais. O caso ainda vai ter desdobramentos, porém a distância me parece difícil o J. MALUCELLI reverter esta situação por completo. Um clube empresa que vive mais pelo amor ao futebol, dos primos Joel e Juares Malucelli, certamente sofrerão grande decepção e quem sabe tomarão atitudes futuras, que podem diminuir sensivelmente seus investimentos no futebol.
ECOS DO ATLETIBA
O Brasil só falou do jogo que não houve neste final de semana, inclusive o blogueiro Tusca também conhecido como Airton Batista editor esportes da CBN, do alto da sua sabedoria bradou aos quatro ventos." O Atletiba que não houve ganhou cinco minutos de espaço no Fantástico, algo que jamais aconteceria se o jogo tivesse sido realizado". Concordo. No máximo os gols e nada mais, coisa de segundos. Em Curitiba entretanto, os meios de comunicação falam até hoje do ocorrido, e nunca vi tamanha unanimidade sobre um fato. A crônica esportiva no geral não entende a razão do adiamento do jogo, muito menos eu, continuamos sem entender o fato. Nunca, depois que assumiu a presidência da Federação Paranaense de Futebol, o desportista Hélio Cury foi tão criticado como agora. A dupla Atletiba abriu guerra contra a Federação, o clássico que iria a julgamento, já foi remarcado para Quarta-Feira de Cinzas, os clubes ainda não aceitaram a data. A Federação está acuada sentiu o baque, os clubes prometem represálias, e o futebol paranaense padece. Menos mal que não houve tumulto dentro do Estádio, os torcedores, os atletas, os dirigentes e a imprensa tiveram a sensatez que faltou ao comando da Federação Paranaense de Futebol.
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