BRASIL DE TITE INVICTO
Tenho dois grandes amigos da imprensa, Mário Henrique e Nego Pessoa, que acham o técnico de futebol seja ele qual for, uma mera figura decorativa. Já varamos a noite tomando uísque e polemizando sobre este fato. Logicamente me incluo entre os que acham o técnico figura imprescindível no futebol. Pois bem, a seleção do Brasil vinha capengando nas eliminatórias, pior que isto desde a última Copa do Mundo, não encontrávamos o caminho das vitórias. Sai Felipão entra Dunga e nada da seleção acertar, pelo contrário, só piorava. Até que chamaram o Tite, ele montou sua equipe técnica, convocou atletas que vinham servindo a seleção com outros treinadores. Então o que mudou? Mudou o comportamento pessoal dos atletas, pelo respeito ao novo comando, pelo comprometimento, pela obediência ao esquema traçado. As firulas desnecessárias deram lugar ao empenho, o time joga em função do gol, o norte e a vitória. Foi assim contra o Uruguai e se repetiu contra o Paraguai, goleadas fora e em casa. A seleção depois de muito tempo, voltou encantar o povo brasileiro, fruto do trabalho competente do técnico Tite. Pelos resultados paralelos da rodada, o Brasil está matematicamente classificado para Copa do Mundo na Rússia.
DESTAQUES
A defesa brasileira amordaçou o ataque paraguaio. Paulinho foi o dono da meia cancha e do jogo. No ataque, Felipe Coutinho, Neymar e Firmino infernizaram a defesa Guarani com tabelas dribles e gols. Nas arquibancadas lotadas, a torcida era só alegria, por mais uma vitória com grande atuação dos brasileiros. Os paraguaios marcaram muito e jogaram pouco, sem destaques individuais.
TÉCNICOS
O telefone tocou cedo, era Waldir Braz da rádio Ilha do Mel FM, me contando detalhes do infarto do técnico Saulo do Rio Branco. Quase não acreditei, o terceiro técnico em pleno campeonato Estadual. Macuglia montou o time e abandonou o barco, Ary Marques perdeu muito e se desgastou, Saulo estreou contra o Coritiba no domingo e enfartou na segunda feira. O falecido João Hélio Alves, o parnanguara que sabia tudo de futebol, diria em alto e bom som "está na hora de bater um bumbo, queimar pólvora no vestiário e dar um banho de descarga no time". Crença à parte, os problemas extra campo obrigaram a dança dos técnicos no Rio Branco. Estes fatos atrapalharam a caminhada do Leão rumo à classificação.
CURITIBA
Uma tarde nublada de junho no ano da graça de 1962, a bordo de uma Vemaguete cinza aportei em Curitiba. Naquela época era quase uma vila iluminada, com clima frio e povo contido evitando conversa com forasteiros. Lá se vão cinco décadas, a vila se transformou na melhor cidade do Brasil, uma referência no mundo. Feliz aniversário, Curitiba! Obrigado pelos amores, pelos filhos, pelos netos e bisneta, pelos amigos, pela carreira, pelo título de Cidadão Honorário, pela saúde e paz. Bendita sejas, Curitiba.
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