No Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o Ministério Público do Paraná destaca a importância do envolvimento da sociedade no processo de repressão a estas práticas criminosas, que têm como vítimas meninos e meninas, denunciando possíveis situações de violência. Atualmente, estão em andamento no MPPR 5.458 investigações que apuram crimes com essas características. Além disso, desde 2012, os promotores de Justiça da instituição ajuizaram 7.426 ações penais por crimes dessa natureza.
Uma leitura mais detalhada dos números reforça a ideia de que a atuação de todos – Estado e sociedade civil organizada – é fundamental para o enfrentamento efetivo de crimes dessa ordem. Do total das investigações conduzidas pelo MPPR nesta área, 94,7% referem-se a casos de estupro de vulnerável (5.174 inquéritos). O percentual é similar quanto às denúncias criminais: 88,7% tratam de estupro de vulnerável (6.588 processos). Os demais crimes investigados e denunciados são corrupção de menores para fins sexuais, satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente e favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável. “Isso não quer dizer que há menos crimes dessa natureza. O problema é que essas situações não chegam à polícia e ao Ministério Público na proporção em que ocorrem”, afirma a promotora de Justiça Luciana Linero, que atua no Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente e Educação, do MPPR.
CULTURA DE INCLUSÃO
Dentro dessa perspectiva, ela sustenta a necessidade de se construir uma cultura de inclusão de todos no processo de combate a crimes sexuais contra crianças e adolescentes. “Quem presencia essas situações precisa noticiar. Para isso existem inclusive canais para denúncias anônimas. São formas de pautar a atuação policial e do Ministério Público e que podem salvar vidas”, defende a promotora. Luciana destaca que a situação de estupro, que é gravíssima, é mais comum de ser noticiada porque é mais evidente e, não raro, é consequência de outras violências, como a corrupção de menores ou o favorecimento à prostituição. “Penso que precisamos olhar os filhos dos outros como nossos filhos e nos comprometermos em proteger, independente de serem nossos ou não”, diz Luciana.
ORIGEM DA DATA
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi instituído em 2000, como forma de homenagear a menina Araceli Cabrera Crespo, violentada e morta aos 8 anos em Vitória, Espírito Santo. Os suspeitos do crime foram levados a julgamento, mas absolvidos. O crime nunca foi punido.
|
|
|
Ministério Público do Paraná