Fábio Campana

Fabio Campana

Como diz Reinaldo Azevedo, só existe um caminho seguro para que o Brasil passe a ser um País menos corrupto, mais eficiente, respeitador do...

O caminho das reformas

Como diz Reinaldo Azevedo, só existe um caminho seguro para que o Brasil passe a ser um País menos corrupto, mais eficiente, respeitador do dinheiro público e voltado à correção de desequilíbrios que conduzem a iniquidades. É o das reformas. Não me refiro apenas a essas que estão no noticiário: da Previdência, trabalhista, política. Trato do reformismo em sentido amplo. A alternativa é o jacobinismo canhestro que emana de fanáticos que compõem a Lava Jato e que transformaram o necessário combate à corrupção num fim em si mesmo e numa sequência de atos criminosos.

O moralismo tacanho é, para a direita e os conservadores no geral, o que a irresponsabilidade fiscal é para a esquerda: sua atração fatal, seu amor bandido, o seu jeito estúpido de ser. Quando se transforma a caça aos corruptos num ponto de chegada da vida pública, também se escolhem os meios da luta política, que haverão de ser necessariamente policialescos, repressivos, opressivos se preciso. Isso é inaceitável.

Em Curitiba, greve fraca

A greve geral em Curitiba foi fraca. Os ônibus circularam, os colégios estaduais tiveram aulas. Os grandes hospitais atenderam normalmente. Os bancários fizeram meia greve, em meio período, só até o meio-dia. Muito diferente da greve de 28 de abril, quando o transporte coletivo parou e os bancos fecharam.

Manifestações

Houve manifestações. Atos de repúdio às reformas e o inevitável “fora Temer”. Motoristas e cobradores, para não passar em branco, fizeram pequeno ato sem prejuízo aos passageiros. Não houve greve dos metalúrgicos, mas houve atos de operários da Volvo, CNH, Renault e WBH. A maior manifestação foi a da Boca Maldita, mas nem sombra de manifestações anteriores.

Para ‘matar’ a denúncia

O Planalto confirmou a estratégia de apressar na Câmara a tramitação da denúncia da Procuradoria Geral da República, a fim de “matar” o assunto o quanto antes. A denúncia chegou na Câmara pela manhã, à tarde já era votada e o presidente Michel Temer notificado. Ele planeja apresentar sua defesa muito antes do prazo de dez sessões plenárias.

Apressar a tramitação da denúncia é decisão do próprio Temer. Para ele, prolongar seria ruim para o País, o governo e para sua família. A tramitação vapt-vupt fortalece a chance da base de apoio ao governo Temer de rejeitar a denúncia de Rodrigo Janot.

 “Animal político por excelência”, na definição de um ministro, Michel Temer dedica agora cada minuto do dia a articular sua sobrevivência.

Lava Jato e corporação

A prática de selecionar o chefe do Ministério Público Federal a partir de uma lista de três nomes, definidos a partir do voto dos próprios procuradores, sem dúvida contribuiu para o avanço essencial da autonomia da instituição.

Risco menor

Mesmo sem obrigação legal, desde 2003 os presidentes da República têm indicado o procurador-geral –que também precisa passar pelo crivo do Senado— por esse método. Reduziu-se, assim, o risco de escolhas baseadas em afinidades políticas ou, na pior hipótese, em expectativas de complacência na investigação de desmandos.

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