Aldemir Bendine, preso ontem por ordem do juiz Sergio Moro, em operação da Lava-Jato, foi colocado na presidência da Petrobras por Dilma Rousseff em 2015, quando a roubalheira na estatal já era mais do que pública. Como Dilma poderia explicar essa nomeação?
Quando era presidente do BB, Bendine foi acusado de favorecimento à socialite paranaense Val Marchiori, por meio de empréstimos concedidos pelo banco. O banco emprestou R$ 2,7 milhões para Marchiori a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, o que contrariaria normas internas dos dois bancos, já que a empresária teria crédito restrito por não apresentar capacidade financeira, além de não ter pago empréstimo anterior ao BB.
Mais: antes, Bendine manteve-se como presidente do BB na era Lula (e Dilma) mesmo depois de ter sido revelado que ele comprou um apartamento em São Paulo com dinheiro vivo, em 2010. O imóvel foi comprado por R$ 150 mil (metade do que valia). Na ocasião, Bendine disse que guardava o dinheiro em casa. Um caso que beira a piada: um presidente do BB que não confia no sistema bancário, a ponto de guardar uma quantia dessas debaixo do colchão.
E a explicação foi aceita no governo Dilma com a maior naturalidade. No início do ano, tentou voltar à cena como presidente da Vale.