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Coluna do Guru

Pirata completa 20 anos como a mais robusta estrutura científica de monitoramento do Atlântico

Boias do Pirata estão ancoradas no fundo do Oceano Atlântico entre o Brasil e a África. Foto: Funceme.

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Brasil, Estados Unidos e França mantêm, há duas décadas, um sistema de boias ancoradas no fundo do Oceano Atlântico para observar variáveis atmosféricas e oceanográficas entre a América do Sul e a África. Afixadas por rodas de trem ao solo marinho, cada unidade das boias que compõem a rede de monitoramento do Pirata carrega sensores ao longo de seus cabos submersos. Os equipamentos lá instalados monitoram temperatura e salinidade, da superfície até 500 metros de profundidade, além de correntes oceânicas, precipitação, pressão, radiação solar, umidade do ar, velocidade e direção do vento.

A Rede de Previsão e Pesquisa no Atlântico Tropical (Pirata, na sigla original, em inglês) completou 20 anos de coleta de coleta e transmissão de dados em tempo real, se consolidando como a estrutura mais robusta de observação do oceano no mundo. Atualmente, a rede se baseia em um conjunto de 18 boias, sendo oito delas sob responsabilidade brasileira, na porção oeste do oceano.

Diante do momento histórico, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e a Marinha do Brasil viabilizam a substituição das oito boias nacionais do Pirata em expedição do navio de pesquisa hidroceanográfico Vital de Oliveira, que fará quatro pernadas durante três meses de navegação.

A expedição leva a bordo, ao todo, 60 pesquisadores e 10 projetos científicos relacionados a biogeoquímica do fundo do oceano, biologia marinha, contaminação da água, detecção de terras-raras, estudo de mudanças climáticas e fluxos turbulentos na interface com a atmosfera, entre outras áreas. A comissão inclui profissionais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e das universidades federais da Bahia (Ufba), do Ceará (UFC), de Pernambuco (UFPE), do Rio Grande (Furg) e Fluminense (UFF).

“Essas medições ocorrem pela primeira vez de grau em grau de latitude geográfica, parando no caminho”, explica o coordenador-geral de Oceanos, Antártica e Geociências do MCTIC, Andrei Polejack. “É um arranjo de coleta oceanográfica com uma densidade amostral inédita, voltado a verificar, do mar profundo até o topo da atmosfera, como se dão processos físicos, químicos, geológicos e biológicos fundamentais para a compreensão de como o Atlântico responde às mudanças do clima e como ele afeta a vida no planeta.”

Foto: Funceme

Fonte: Asscom MCTIC

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