Segundo destino turístico mais visitado do Paraná, a Ilha do Mel vai ganhar novos atrativos em seus acessos. A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) promoveu, nesta semana, consultas públicas com os moradores na localidade para apresentação e discussão dos projetos conceituais de reforma dos trapiches, que são pontes que servem como atracadouros para pequenas embarcações.
Dois trapiches devem ser reformados – um em Encantadas e outro em Brasília. Além disso, outras dez comunidades insulanas do litoral paranaense também receberão obras de reforma ou construção. Cada lugar terá especificidades, mas as propostas iniciais preveem, de modo geral, condições adequadas de acessibilidade, atendimento diferenciado aos turistas e cumprimento às normas universais de segurança.
De acordo com o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, além de melhorar a qualidade de vida de pescadores e moradores em todos esses lugares, a medida deve trazer mais conforto e segurança para o turismo na região. “Esta é uma proposta inédita para as ilhas que estão no entorno da área portuária. Esperamos contribuir com o turismo local de maneira sustentável e, consequentemente, com as atividades econômicas das comunidades locais”, comentou.
PARTICIPAÇÃO POPULAR
Para que as obras estejam de acordo com as necessidades e os interesses das comunidades, todas as etapas envolverão os moradores. A primeira fase é a da apresentação das propostas, que deve ser finalizada ainda neste ano. Para 2018, estão previstas as etapas seguintes, que consistem em aprovação dos projetos conceituais junto a órgãos ambientais, elaboração dos projetos executivos, licitação e início das obras.
“Esse momento de aproximação com as comunidades é muito importante, porque os moradores são os que mais conhecem sobre a realidade de seu dia a dia e, por isso, podem contribuir muito na definição das medidas”, comentou o representante do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) Paulo Nogueira, que é gerente das unidades de conservação da Ilha do Mel.
João Lino é morador na Ilha há 18 anos e participou da reunião inicial. Ele disse que mais de 90% das atividades econômicas da ilha são voltadas ao turismo e o trapiche é o cartão de visita para os turistas. “Nós achamos que é fundamental essa participação da comunidade no processo e desejamos que isso se reproduza em vários momentos, na relação que nós temos com os órgãos institucionais”, disse.
A medida deve trazer mais conforto e segurança para o turismo na região
CONTRAPARTIDA
Os investimentos em reformas e construções de trapiches estão sendo aplicados na área de influência portuária, como medida compensatória às comunidades. Todas as etapas e ações estão sendo validadas por uma comissão formada por representantes de diversos órgãos operacionais e ambientais, incluindo Appa, MP, Ibama, IAP, Ministério da Pesca, prefeituras e Instituto Chico Mendes.
AEN