Documentário aborda a realidade da juventude parnanguara
O cineasta Tiago Nascimento lançou o documentário “O Outro Lado”, o qual aborda um retrato social sobre a juventude de Paranaguá. O filme foi apresentado em três locais e, em breve, será lançado também em DVD alcançando um público ainda maior.
De acordo com Nascimento, trata-se de um assunto atual que merece ser visto pelas autoridades com muito carinho. Foram entrevistados 12 jovens ao todo, cada um de uma “tribo”. “Eles falaram de seus sonhos, medos, frustrações, falta de apoio de pais e governo, falta de amparo e a busca de um braço estendido”, conta.
O documentário foi apresentado na igreja “Amor e Graça”, também foi exibido para os alunos do curso de Letras da Unespar e, em janeiro, foi apresentado no evento realizado pela Frente Afro Litoral. “Todos se emocionaram, pois a luta é a mesma dos meninos, na questão da inclusão social”, aponta.
O rapper Anderson Santos, conhecido em Paranaguá como Du Rap, destacou que ter participado do documentário foi muito importante. “Foi um meio de a juventude poder expor suas vontades. Nós falamos aquilo que pensamos das coisas que a cidade precisa e que possa atender as nossas necessidades em termos de lazer e cultura. Foi muito satisfatório”, contou.
TRAJETÓRIA
Tiago decidiu fazer cinema entre 2012 e 2016 quando atuou como missionário no sertão do nordeste. Lá percebeu que muitos voluntários não tinham um trabalho de divulgação de seus projetos. Voltando para Paranaguá, decidiu fazer algo que pudesse colaborar com os trabalhos lá no sertão de uma maneira mais específica. “Queria e muito fazer fotografia, pois ajudaria e muito na divulgação, mas fui surpreendido. O projeto de cinema estava longe de meus sonhos a curto prazo. Mas a oportunidade apareceu e hoje estou me formando na HFA – Hollywood Film Academy. Com o cinema os trabalhos tornam-se muito maiores”, explica.
Tiago é parnanguara e acredita que fazer um trabalho em sua cidade natal é um grande desafio. “Esse é o meu primeiro trabalho fora do ambiente de sala de aula, posso assim dizer ‘meu primeiro filho’. Tive vários temas em mente, como prostituição, drogas, juventude e outros. Percebi que alguns temas eram fortes demais para iniciar. Decidi ir de uma forma suave retratando um assunto atual e que merece ser visto pelas autoridades. Quando vejo o resultado final desse documentário, lembro-me também das dificuldades que passei durante o processo do curso. Sou muito agradecido aos meus pais e irmãos que sempre me apoiaram. A igreja evangélica Amor e Graça, que fica ali na Roque Vernalha, a qual me deu todo o suporte e apoio para o desenvolvimento desse projeto e esse foi o melhor lugar para se fazer o lançamento”, finaliza.