Nascido em Armazém, Santa Catarina, porém “parnanguara de adoção e bem bagrinho”, o empresário Eloir Martins destaca que o desenvolvimento sustentável e com respeito às legislações ambientais deve ser o princípio norteador de todo o setor empresarial e público de Paranaguá. Formado em Administração com ênfase no setor bancário, onde atuou como gerente de bancos durante muitos anos, Eloir criou em 1999 a empresa Paranaguá Ambiental
Casado com Marlene Janete Engmann Martins, Eloir possui três filhos e ampla identificação com Paranaguá, cidade que declara ser “o melhor lugar do mundo para se morar”. O empresário frisou a importância do Porto de Paranaguá e de seu crescimento para a economia local, assim como destacou os avanços obtidos pela Paranaguá Ambiental no gerenciamento e recolhimento de resíduos, com amplo comprometimento com as legislações ambientais e departamento próprio de engenharia química e mecânica.
Folha do Litoral News: O senhor declara ser extremamente apaixonado por Paranaguá. Qual a sua ligação com a cidade-berço do Paraná?
Martins: Estamos em uma cidade sui generis. O melhor lugar do mundo para se morar. Problemas existem, mas estamos em um paraíso com duas metrópoles próximas a nós, Joinville e Curitiba, e a gente ainda se cumprimenta na rua. É uma felicidade morar em Paranaguá. Aqui casei, criei minha família e tenho o meu trabalho. Escolhi Paranaguá para morar. Me sinto parnanguara e esta é a minha casa.
Folha do Litoral News: Como a Paranaguá Ambiental foi criada?
Martins: Criamos a Paranaguá Ambiental em 1999. Temos clientes fidelizados desde este período. Fico feliz de poder contribuir para o progresso da nossa cidade em uma área muito delicada que é a de meio ambiente, em que devemos ter todo o cuidado possível. A legislação ambiental é relativamente nova, por isso talvez não seja compreendida em sua totalidade e no seu rigor. As grandes empresas de Paranaguá hoje são clientes da Paranaguá Ambiental, muitas delas multinacionais, sendo que elas precisam de um serviço qualificado e dentro da legislação ambiental, algo que nós nos propomos continuamente a fazer.
Folha do Litoral News: Quais os serviços oferecidos pela empresa?
Martins: Atuamos no transporte de resíduos de todas as classes, onde temos parcerias e convênios com os grandes aterros sanitários com as disposições finais necessárias para resíduos de classes mais perigosas, o que não temos aqui no litoral. O que podemos repassar aqui no litoral colocamos, se não acionamos os parceiros de Curitiba. Basicamente, atuamos no transporte especializado de resíduos, gerenciamento ambiental, com prestação de serviços com qualidade e com todos os licenciamentos exigidos pelas autoridades ambientais.
Folha do Litoral News: A Paranaguá Ambiental procura se capacitar de forma tecnológica para atuar na região. De que forma isso ocorre?
Martins: Temos departamento de engenharia ambiental e química na empresa, algo que é um dos requisitos básicos para a gente cumprir a legislação. Temos mecânicos também, porque não é simplesmente colocar em um resíduo no caminhão e seguir viagem. Existe toda uma normatização das resoluções do CONAMA. o qual disciplina isso, então é preciso esse conhecimento para se atuar nessa área. Temos orgulho de ter estes clientes fidelizados e sem nenhum problema, então isto quer dizer que está tudo sendo feito de forma correta e tudo está dando certo.
Folha do Litoral News: Como líder do setor empresarial local, gostaria que o senhor repassasse sua visão sobre o crescimento atual do Porto de Paranaguá e sobre o desenvolvimento do município. O senhor observa um bom momento no setor portuário local e na cidade?
Martins: O Porto de Paranaguá tem que ser orgulho para todo o parnanguara, paranaense e brasileiro. Somos o segundo porto da América do Sul em granéis. A cidade e o porto se confundem, nem sempre é recíproco este ganho para a cidade com uma instituição importante como o Porto. Este desenvolvimento do Porto de Paranaguá foi fruto de boas gestões ao longo dos anos, cada um dando sua parcela, mais ou menos, mas nós temos hoje esta ampla capacidade de exportar e importar, graças ao trabalho realizado, independente de política, deste ou aquele administrador, cada um deu ao seu tempo, na sua época, a sua contribuição. Vejo o Porto de Paranaguá com um futuro muito bom, com investimentos surgindo e temos que ter este senso crítico e esta vontade de progredir. Junto com o porto, é claro, que a prefeitura, que nossos dirigentes, tem interesse de que os avanços continuem em prol do bem comum. Torcemos para que esta sintonia entre Porto e cidade continue e fique cada vez melhor.
Folha do Litoral News: A Paranaguá Ambiental é um exemplo de respeito às legislações ambientais vigentes. Como o senhor observa a importância do desenvolvimento sustentável para o crescimento de Paranaguá com respeito ao meio ambiente?
Martins: Nós temos dois parques nacionais, um ao leste e outro a oeste, e uma geografia ambiental muito sensível. A legislação ambiental é rigorosa e estamos inseridos neste contexto, com áreas de preservação permanentes (APPs) enormes e dentro do Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange, então temos que saber conviver com isso, tornando nossas atividades sustentáveis com progresso. Isto tem que ser levado muito a sério sempre. Não há desenvolvimento com devastação, não há nada que justifique isso. Por isso a legislação é rigorosa. Não adianta só reclamar, você criticar este ou aquele, o Ministério Público, o que vale é a Lei. Se quiser tem que modificar a legislação e não partir apenas para a crítica, algo que não adianta nada, porque cada uma destas instituições existe para cumprir o seu papel. Temos que nos educar ambientalmente, uma coisa que vem de berço, para que as futuras gerações encarem isso com naturalidade. É disso que precisamos.
Folha do Litoral News: Quais os planos para o futuro da Paranaguá Ambiental?
Martins: A nossa meta é trabalhar no estrito cumprimento da legislação, pois não há outra saída. Vejo a necessidade de investimento na educação de base para o desenvolvimento sustentável, você não pode andar fora disso, quanto mais progresso há mais necessidade do cumprimento da legislação e mais alternativas nós temos que ter para diminuir as agressões ambientais. A disposição final de resíduos precisa ser dirigida a empresas com licenciamento para recepcionar estes resíduos, sob pena de trazermos um mal, uma moléstia para a nossa cidade, por irresponsabilidade da destinação errada de resíduos. Precisamos sempre levar o aperfeiçoamento para termos um desenvolvimento sustentável, é isto que a Paranaguá Ambiental se dispõe a fazer.