Parnanguara nato, filho de mãe guarapuavana e pai gaúcho, o chef Victor Léo Broetto carrega no sangue a mistura de culturas e tradições que hoje se refletem em cada prato servido no Di Legno – Cucina Italiana, restaurante instalado em Paranaguá. Aos 52 anos, ele relembra uma trajetória marcada por desafios, reinvenções e, acima de tudo, paixão pela gastronomia.
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“Eu nasci e me criei aqui em Paranaguá. Sempre gostei de cozinhar, algo que vem de família. As massas e molhos que a gente faz hoje no restaurante seguem a tradição dos meus avós italianos, de mais de 140 anos”, contou Victor.
Experiência na Itália
Antes de abrir o restaurante Di Legno, Victor viveu cinco anos na Itália, onde serviu o exército e aprimorou seu conhecimento culinário. “Foi lá que realmente despertei para a gastronomia. Trabalhei na cozinha do quartel e aprendi muito com um tenente italiano que virou meu amigo e mentor até hoje”, relembrou durante a entrevista no PodCafé.
De volta ao Brasil, construiu carreira na área portuária, onde trabalhou por 25 anos. A cozinha, naquele período, era apenas um hobby. “Cozinhava em casa, para a família, pros filhos, até que a vida deu uma virada. Me separei, fiquei desempregado e precisei me reinventar”, disse.
O início do Di Legno
Foi dessa fase de incertezas que nasceu o Di Legno, em Paranaguá. Com o apoio da mãe, da irmã e da atual esposa, Fabrícia, Victor começou produzindo massas e lasanhas congeladas, vendidas de porta em porta. “A gente colocava no porta-malas do carro e ia vender. Aos poucos, o negócio foi crescendo”, lembrou.
A “virada de chave” veio quando o grupo foi convidado a montar uma tenda no Encontro de Motos, em Paranaguá. “Ali surgiu a ideia do restaurante. Com o que tínhamos, compramos um contêiner e montamos o primeiro Di Legno na frente da casa da minha mãe. Tudo construído com as próprias mãos, literalmente”, contou.
Quase nove anos desde a inauguração
Hoje, quase nove anos depois da inauguração, o Di Legno se consolidou como um dos restaurantes mais queridos do litoral paranaense, e está localizado na Sesinando Benckendorf, esquina com a Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto, em frente ao Aeroparque.
“Trabalhamos de terça a domingo, com almoço e jantar, e toda quarta-feira temos o nosso rodízio, que é o xodó da casa”, explica o chef.
O rodízio oferece uma variedade de massas artesanais, como nhoque, lasanha, talharim e espaguete. Os molhos variam a cada semana, e tem opções como o famoso talharim à carbonara e a lasanha ao ragu, exclusiva do dia do rodízio.

Entre os pratos mais pedidos, destaque para a Lasanha Caiçara, criação da esposa de Victor, feita com barreado e purê de banana-da-terra. “Virou o carro-chefe do restaurante. É a nossa assinatura, une o sabor paranaense com a tradição italiana”, afirmou o chef.
O nome Di Legno, que em italiano significa “de madeira”, também tem uma história curiosa. “A ideia original era abrir o restaurante na casa de madeira da minha mãe, e por isso o nome seria La Casa Di Legno. Como o projeto acabou indo para o contêiner, mantivemos apenas Di Legno, que também homenageia meus antepassados, que foram madeireiros no Rio Grande do Sul”, explicou.
Marca consolidada e reconhecida
Entre tantas conquistas, Victor guarda com carinho uma passagem marcante: a batalha judicial pela marca Di Legno. “Uma grande rede tentou registrar o nome, mas conseguimos comprovar, com uma matéria publicada pela Folha do Litoral News em 2017, que a marca era nossa. Essa reportagem foi essencial para vencermos a causa”, frisou.
Feedbacks positivos dos clientes
Com cerca de dez colaboradores e centenas de avaliações positivas nas plataformas digitais, o Di Legno mantém a essência de uma verdadeira osteria italiana, com atendimento familiar e comida feita com alma. “Eu gosto de estar no salão, conversar com os clientes, ouvir o que eles acham. O retorno é sempre muito positivo. Já vi casais se conhecerem, ficarem noivos e se casarem depois de um jantar no Di Legno. Isso não tem preço”, disse Victor.
Entrevista na íntegra
A entrevista na íntegra pode ser conferida acessando o YouTube da Folha do Litoral News:






