Portos do Paraná

Com 41 anos como portuária, Sônia Regina de Araújo conta sua história no Porto de Paranaguá

Mais experiente em tempo de serviço no quadro, ela cita aumento da presença feminina no Porto

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"O Porto é a segunda casa da gente, gosto muito de trabalhar aqui, parabenizo todos os portuários pelos 90 anos do Porto de Paranaguá e que sejamos felizes", afirma Sônia Regina de Araújo (Foto: Folha do Litoral News)

Sônia Regina de Araújo tem 73 anos de idade, sendo 41 anos deles vividos entre o Palácio Taguaré, o Pátio de Triagem e o Prédio Dom Pedro II, atuando profissionalmente no setor administrativo e operacional da Portos do Paraná. 

Quando ingressou no Porto em 1983, Sônia adentrou em uma realidade portuária totalmente diferente do que a de hoje, com pouca presença da mulher no âmbito portuário e logístico, mas no decorrer dos anos, com profissionalismo e rompendo barreiras, ocupou diversos cargos de chefia no Porto de Paranaguá, abrindo espaços que cada vez mais são ocupados por mulheres em cargos de liderança e até mesmo em funções que antigamente eram somente ocupadas por homens no cais. Ela conta suas histórias e celebra os 90 anos do Porto de Paranaguá, reforçando a importância dos portuários para a obtenção de prêmios e recordes de movimentação pela empresa pública.

Sônia de Araújo é a mais experiente em tempo de serviço e idade na Portos do Paraná. Com 73 anos, ela completará 42 anos como portuária, mesmo mês em que o Porto de Paranaguá comemora seus 90 anos. “Nesses 41 anos, eu já passei eu acho que em todas as diretorias do Porto. Eu vim para cá em 1983 da Prefeitura onde eu era concursada e na época eu era secretária particular do prefeito José Vicente Elias que na época veio na época como superintendente do Porto, atualmente cargo que é diretor-presidente, e ele me convidou a ser secretária da Superintendência. Depois fui registrada com carteira assinada no Porto e aqui estou até hoje”, detalha.

“Além da Secretaria da Superintendência, atuei como secretária do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), hoje Consad, fui chefe do treinamento dos estagiários, abrangendo qualificação e mão-de-obra, atuei em concursos de funcionários do Porto, trouxe para cá o Supletivo à distância, onde o Porto sedia a sala e o professora e o Núcleo Regional de Educação (NRE) certificava. Vários funcionários do Porto na época não tinham o primeiro e o segundo grau e aqui concluíram, fazendo faculdade posteriormente, algo muito bom”, afirma a portuária. 

Sônia ressalta que atuou como chefe do Departamento de Suprimentos, Departamento Administrativo, RH, atuando também na Contabilidade. “Ultimamente eu estava na Diretoria de Operações, algo que foi um momento excelente também, neste local eu fiquei durante 14 anos onde fui ver realmente a atracação e desatracação de navios, onde ocorre de fato a operação e recebemos os recursos, todo o capital do Porto de Paranaguá, algo muito interessante”, salienta, destacando que atualmente trabalha na Gerência de Administração da Portos do Paraná. 

História viva do Porto de Paranaguá

“Vi muita diferença no decorrer dos anos no Porto. Quando eu vim para cá o Porto tinha marcenaria, departamento ferroviário, parte de manutenção, setor elétrico, e hoje não, contando com empresas terceirizadas, assim como maior segurança. Muitos portuários se aposentaram, outros já estão em outras atividades. Hoje tudo é digitalizado e realmente a diferença é muito grande, a evolução é enorme, não tem como fugir da evolução do tempo. Antigamente, por exemplo, os caminhões que vinham ao Porto eram com carroceria, hoje é bitrem, tritrem”, frisa a portuária. “Tudo isso é evolução do  tempo, envolve a economia, gera dinheiro e emprego para a cidade”, completa.

Importância do contexto portuário 

Segundo Sônia, o Porto de Paranaguá é o grande marco da cidade, tudo girando em torno dele. “Os operadores portuários estão aí com geração de emprego e renda. Para mim, o Porto é tudo na minha vida. Uma hora vou ter que parar, lógico, mas por enquanto prossigo, é uma satisfação trabalhar aqui. Certa vez quando eu estava com o superintendente onde eu era chefe do Departamento Administrativo ele falava sobre a necessidade de oxigenar o Porto fazendo concurso, isso foi feito, hoje o Porto realmente está oxigenado, contando com muitos jovens inteligentes, pessoas maravilhosas, com boa cultura e educadas, que trabalham mesmo. O Porto está jovem agora, não se desfazendo dos portuários antigos, que dão a experiência aos jovens, mas hoje temos um Porto modernizado, com uma pujança grande, batendo recordes”, explica.

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Portuária destaca inclusão da mulher no mercado de trabalho e no decorrer das últimas décadas no Porto, destacando que “quando eu entrei, não tinham muitas mulheres no Porto, porque inclusive achavam que era muito masculino, a mulher era discriminada” (Foto: Folha do Litoral News)

Presença da mulher e 90 anos do Porto de Paranaguá

“Em 1983, quando eu entrei, não tinham muitas mulheres no Porto, porque inclusive achavam que era muito masculino o Porto. A mulher era discriminada, ficava meio de lado. Hoje não, com a evolução dos tempos, a mulher foi crescendo dentro do mercado de trabalho, se aprimorando, melhorando até mesmo em sua auto-estima, na evolução da educação, foi estudando mais. Hoje, por exemplo, temos mais mulheres advogadas e com curso superior. No Porto, o crescimento da presença da mulher foi algo muito bom. Antigamente, não tinha nenhuma mulher trabalhando em chefia de operação, algo que hoje ocorre com a nomeação de uma mulher chefe na operação”, explica Sônia de Araújo.

A portuária ressalta também o crescimento da presença feminina na faixa portuária, operando maquinário, bem como de caminhoneiras atuando em Paranaguá. “A valorização da mulher está muito maior hoje do que no tempo em que eu entrei”, salienta. “Eu tive várias oportunidades, orientei muitos estagiários, então são momentos importantes na vida da gente dentro do Porto. O Porto é a segunda casa da gente, gosto muito de trabalhar aqui, parabenizo todos os portuários pelos 90 anos do Porto de Paranaguá e que sejamos felizes”, acrescenta.

História da profissão

Um dos relatos trazidos pela portuária foi quando desempenhou suas funções no Pátio de Triagem. “Quando se fala em Porto de Triagem muitas vezes as pessoas falam de forma errada que lá só tem caminhoneiro, mas é importante dizer que essas pessoas são profissionais que querem trabalhar. É necessário dar valor ao caminhoneiro que trabalha, chega cansado, conta com a família dele, precisando disso. Temos que valorizar esta classe, não discriminar, eles sofrem com vazadas, assaltos, sendo pessoas com uma função muito importante, girando a economia, trazendo riquezas ao nosso Porto e cidade”, acrescenta Sônia.

Recordes obtidos

Eleito cinco vezes seguidas como melhor gestão portuária do Brasil pela “Portos + Brasil” e com recorde de movimentação de 66.769.001 toneladas em 2024, o Porto de Paranaguá conta nesses números e conquistas com a atuação dos portuários como algo essencial. “Isso comprova o trabalho eficiente, a modernização, o nosso presidente Luiz Fernando Garcia que está sempre focado no que há de melhor para o Porto e em reuniões empresariais que trazem melhorias e recursos para cá, sempre em contato com pessoas influentes para que o Porto seja o melhor do Brasil, sempre ganhando prêmios e batendo recordes”, ressalta.

“Quero parabenizar os colegas portuários que tanto atuam, fiscalizam, trabalhando diariamente no Porto”, afirma Sônia de Araújo, afirmando que sem os trabalhadores o “Porto não seria o Porto”. 

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Leonardo Quintana Bernardi

Jornalista graduado pela PUC-PR com atuação desde 2012 no jornalismo impresso, online e em audiovisual, bem como em assessoria de comunicação. Já trabalhou em órgãos públicos, jornais locais, freelances em veículos de alcance nacional e desempenha suas funções na Folha do Litoral News desde 2017. Defensor do jornalismo como meio de transformação social.