No aniversário de 90 anos do Porto de Paranaguá, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, falou sobre os avanços que colocaram a empresa no patamar que ocupa hoje. O caminho que se traça revela que o Paraná está cada vez mais próximo de se transformar na central logística da América Latina. Para o governador, há um esforço para preparar o Estado para o futuro, com melhorias que poderão impactar nas próximas décadas. E o porto tem papel fundamental nesse crescimento. Confira a entrevista:
Folha do Litoral News: Qual a visão que o governador tem do Porto de Paranaguá? Quais foram os avanços mais significativos dos últimos anos?
Ratinho Júnior: Nossa gestão conseguiu regularizar todas as áreas, entregar obras, investir em melhorias, tornar o Porto de Paranaguá um exemplo global de sustentabilidade e relacionamento com as comunidades ribeirinhas e o meio ambiente, e não tivemos um único episódio de filas, problemas e interrupções. O porto tem gestão exemplar sendo reconhecido por cinco vezes consecutivas como o porto com a melhor gestão do Brasil. Alcançamos em 2024 o recorde de 66 milhões de toneladas movimentadas, estamos com a maior obra portuária do País em andamento e conseguimos atrair investimentos privados que ultrapassam R$ 3 bilhões. Queremos transformar o Paraná numa central logística da América Latina e o Porto de Paranaguá será fundamental dentro dessa estratégia.
Folha do Litoral News: Qual a importância do Porto de Paranaguá para o Paraná?
Ratinho Júnior: O Porto de Paranaguá é fundamental para o Estado. Temos uma clara vocação agrícola. O agronegócio representa 34% do PIB total do Paraná. De cada R$100,00 produzidos em um ano, R$34,00 vem diretamente do agronegócio. Ter um porto eficiente para escoar nossas produções e também para receber insumos que sustentam o agronegócio é fundamental. A excelência na gestão dos portos e um ambiente de segurança jurídica também permitiram que realizássemos cinco concessões nos portos, atraindo R$ 3,7 bilhões em investimentos para o Estado e gerando milhares de empregos. Um porto eficiente, sem ociosidade, atrai investidores, resolve o fluxo logístico com excelência e gera empregos.
Folha do Litoral News: Qual a perspectiva para o futuro do Porto de Paranaguá, tendo em vista os investimentos previstos?
Ratinho Júnior: Estamos preparando nosso Estado para o futuro. Temos um projeto de Estado e não de gestão. Nossa meta é entregar aos paranaenses melhorias que serão sentidas pelas próximas décadas. E as obras em andamento em Paranaguá provam isso. A Portos do Paraná está investindo mais de R$ 600 milhões no sistema exclusivo de descarga ferroviária de grãos e farelos. O Moegão terá capacidade para receber, simultaneamente, 180 vagões carregados de granéis sólidos vegetais, contará com três linhas férreas independentes para o acesso das composições, e vai melhorar os conflitos urbanos entre carros e trens na cidade. É uma obra revolucionária, que está andando bem e que, em breve, estará em operação.
No dia 30 de abril, realizaremos dois leilões na Bolsa de Valores do Brasil (B3): um para o arrendamento do PAR14 e outro para o PAR15. Além de ser o primeiro porto do Brasil a ter 100% de suas áreas de exploração comercial regularizadas, os arremates devem atrair mais de R$ 1,5 bilhão, que serão aplicados na ampliação da estrutura de recebimento de navios, gerando mais empregos para a população.
Além disso, aguardamos a liberação, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), do processo de concessão do Canal de Acesso ao Porto de Paranaguá. Com isso, o Paraná se tornará o primeiro estado a implantar um modelo de concessão desse tipo na América Latina.
Incluímos na nova concessão rodoviária a terceira pista da Serra do Mar, ou seja, a BR-277 terá seis faixas em todo o trecho. Essa parceria com a iniciativa privada também envolve a duplicação de todo o Contorno Norte de Curitiba e duas novas faixas em cada lado do Contorno Sul de Curitiba, deixando-o com quatro pistas de rolamento em cada lado. E também estamos fazendo com recursos próprios um novo Contorno Sul, facilitando o acesso com a BR-116. Vamos desatar os nós da Capital, a região mais populosa do Estado, para facilitar ainda mais o escoamento.
Estamos no centro da América Latina. Somos a ligação do Sul com o Sudeste, que é o maior mercado consumidor do País, e com o Centro-Oeste. Estas ações em conjunto, além de beneficiar o escoamento de cargas, irão consolidar o Paraná como um hub logístico da América Latina.
