História, Memória e Patrimônio

O Coreto da Praça Fernando Amaro

você já subiu no coreto e olhou ao redor, imaginando tudo o que ele já presenciou?

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Que tal mudar de perspectiva e enxergar a Praça Fernando Amaro de uma forma diferente? Para isso, convido você a subir no coreto. De lá, é possível ter uma visão panorâmica e, ao mesmo tempo, viajar pela história desse espaço tão especial. Vamos nessa?

Assim que subimos, é impossível não olhar para todos os lados.

Do alto, conseguimos observar melhor os prédios ao redor, admirar a vegetação e as árvores — essenciais nos dias quentes — e acompanhar o vaivém das pessoas pelos caminhos, bancos e canteiros.

Você sabia que os coretos surgiram com o propósito de levar música clássica às ruas? Antigamente, esse gênero musical ficava restrito aos teatros e à elite. No entanto, os coretos desempenharam um papel fundamental na democratização do acesso à arte.

Nosso coreto, além de palco para apresentações culturais e musicais, já foi até cenário da campanha da primeira mulher eleita vereadora, foi também palco de manifestações políticas, greves e assembleias sindicais, tornando-se o coração político de Paranaguá. Mas também podemos considerá-lo o coração romântico da cidade, afinal, no passado, era comum que os jovens paquerassem em torno do coreto.

Jardim com fonte de água

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Observe sua estrutura: a base é de alvenaria, com formato octogonal, piso de ladrilho hidráulico e escadas que, no passado, eram de mármore de Carrara. E onde apoiamos as mãos para admirar a paisagem? Esse guarda-corpo de ferro foi encomendado da Fundição Indígena, no Rio de Janeiro, na mesma época da chegada da água encanada à cidade.

As colunas finas sustentam um telhado de chapas de ferro, decorado com espirais e linhas fluidas no estilo Art Nouveau. No topo, originalmente, havia uma lira, símbolo da música.

O coreto foi montado em 18 de março de 1914. Ou seja, trata-se de um patrimônio centenário, repleto de histórias para contar! Com o tempo, algumas mudanças ocorreram: a lira desapareceu, e as escadas, antes de mármore, foram substituídas por granito. No entanto, ele continua firme e forte na praça. Atualmente, seu palco ainda recebe apresentações musicais, eventos culturais e até encontros religiosos.

E há mais: todas as sextas-feiras, se transforma em um ponto de encontro para aqueles que desejam saborear um pastel com suco ou adquirir hortaliças e pães caseiros produzidos pela comunidade.

Nos últimos tempos, tem-se discutido bastante sobre modernizar a cidade, criar novos projetos e revitalizar espaços públicos. No entanto, será que mudar tudo é sempre a melhor opção? O coreto é um exemplo de local que faz parte da identidade de Paranaguá. Em vez de simplesmente reformular e modificar, não seria mais interessante restaurar e preservar sua história?

Após 111 anos, a Praça Fernando Amaro e seu coreto continuam sendo pontos de encontro da comunidade. Além disso, mantêm viva a memória de um dos maiores poetas da cidade, que costumava declamar seus versos ali.

Agora me diga: você já subiu no coreto e olhou ao redor, imaginando tudo o que ele já presenciou?

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O Coreto da Praça Fernando AmaroAvatar de Hamilton Ferreira Sampaio Júnior

Hamilton Ferreira Sampaio Júnior

Hamilton Ferreira Sampaio Júnior é pesquisador de história e genealogia, formado em Teologia e licenciado em História. Faz parte da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia e do Departamento Cultural do Club Litterario de Paranaguá, sendo também sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá. Atua em projetos históricos de resgate de memória, livros comemorativos e biografias, além de projetos museológicos e pesquisas documentais para segunda cidadania. Seu mais recente trabalho foi o livro comemorativo dos 100 anos da Associação Comercial Agrícola e Industrial de Paranaguá.