O Teatro Municipal Rachel Costa, um dos principais patrimônios culturais de Paranaguá, foi interditado devido a falhas graves em sua estrutura. O local apresenta uma série de problemas, como mofos, goteiras, e até o desabamento de parte do teto do auditório inferior. A situação foi detalhada em uma coletiva de imprensa realizada na quinta-feira, 16, com a presença do prefeito Adriano Ramos e da vice-prefeita Fabiana Parro. O prefeito classificou o estado do teatro como um reflexo de negligência pela gestão anterior.
Lonas foram colocadas sobre o auditório como uma solução improvisada para conter a água da chuva, e baldes e caixas d’água estão sendo usados para captar a água que vaza do teto. Além disso, o prédio está sem energia elétrica, devido ao risco de curto-circuito caso a energia seja restabelecida.
Durante a coletiva, o prefeito Adriano Ramos afirmou que, segundo relatos de servidores, os problemas no local começaram no ano passado e que não foram tomadas providências pela gestão anterior para realizar os reparos ou recuperar o teatro.
Segundo o prefeito, o cenário dentro do teatro é de total abandono.
“Estamos fazendo uma visita técnica em todos os imóveis do município, e ontem a Fabiana Parro, nossa vistoriadora, ficou assustada com as condições do teatro. Relatos de servidores indicam que os problemas começaram no ano passado, mas não foram tomadas providências pela gestão anterior”, disse o prefeito Adriano Ramos.
Adriano fez duras críticas à gestão anterior, comparando-a a “vampiros da política” que, segundo ele, apenas “sugaram” sem investir na preservação do patrimônio público.
“É triste falar sobre isso, pois queremos olhar para o futuro e fazer a gestão funcionar. Mas não podemos ignorar o que aconteceu. Isso é reflexo de uma gestão que não teve o cuidado necessário com o que é do povo”, afirmou.
A situação do Teatro Municipal Rachel Costa, que é um ícone cultural de Paranaguá, preocupa não só pela sua deterioração, mas também pelos riscos à saúde e segurança dos frequentadores.
“O cheiro de mofo é forte, o que prejudica a saúde de quem está no local, e não podemos permitir que pessoas continuem frequentando um ambiente tão danificado”, destacou o prefeito.
O processo para recuperação do teatro será complexo e demandará recursos significativos, o que exigirá uma licitação para a execução dos reparos. O prefeito informou que, após a licitação, o prazo para o início das obras será de, no mínimo, 90 dias, caso não haja impugnações. Além disso, a gestão está buscando parcerias com o Governo do Estado para viabilizar a recuperação do espaço.
Questionado sobre como ficam as atividades que eram realizadas no teatro e se podiam ser realocadas para um outro espaço, o prefeito disse:
“A grande dificuldade é que não temos outro local como o Teatro Rachel Costa em Paranaguá. Algumas atividades que ocorriam aqui terão que ser suspensas até que as condições do teatro sejam restauradas”, lamentou Adriano Ramos.
Adriano também falou sobre a responsabilidade e o cuidado que devem ser dedicados ao que é público, onde mencionou a atual situação da prefeitura dos trapiches do município. Ele disse que os trapiches foram interditados pela Secretaria de Obras Públicas devido à falta de condições de uso. O prefeito alertou que, pessoas utilizaram os trapiches durante a Procissão Marítima de Nossa Senhora do Rocio e, ainda na semana passada, passageiros do navio de cruzeiro que atracou em Paranaguá também utilizaram essas estruturas em condições precárias. Ele afirmou que, na segunda-feira, 20, receberá uma resposta do Governo do Estado sobre essa situação.
Ele falou ainda sobre a importância da transparência no processo de gestão, afirmando que a população e a imprensa têm o direito de conhecer a realidade dos problemas enfrentados pela cidade.
“Estamos mostrando o que encontramos para que todos vejam e para que nossa gestão seja responsável. Se errarmos, vamos assumir, mas estamos comprometidos com a recuperação de nossa cidade”, concluiu.
Fotos: Folha do Litoral News