Ciência e Saúde

Síndrome de Burnout atinge cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros

Transtornos mentais estão entre as 10 causas que mais afastam do trabalho

Síndrome de Burnout

O Brasil ocupa a segunda colocação em incidência do Burnout (Foto: Ilustrativo/Freepik)

Sobrecarga de trabalho, pouca autonomia, ambiente conflituoso e assédio moral estão entre as causas da Síndrome de Burnout. Nos últimos anos, o transtorno chegou ao conhecimento dos trabalhadores e muitos se identificaram com as queixas que prejudicam o exercício da profissão e leva ao adoecimento. Dados do Ministério da Previdência apontam que os transtornos mentais estão entre as 10 causas que mais afastam do trabalho.

Tais transtornos, em 2021, estavam em 10.º lugar no ranking. No ano seguinte, em 2022, subiu para oitavo. Em 2023, os números voltaram a subir, chegando ao quinto lugar. 

Segundo dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), Síndrome de Burnout atinge cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros. A síndrome é causada pelo estresse crônico, causando esgotamento emocional, mental e físico. 

“O Burnout não é um cansaço temporário. Não é porque a pessoa está triste com o trabalho ou teve uns dias ruins. É quando a pessoa vem se negligenciando há muito tempo e vem se arrastando. Esse esgotamento acaba afetando o bem-estar emocional e físico e, se não tratado, pode provocar desenvolvimento de ansiedade ou depressão”, explicou a psicóloga Bárbara Couto.

Segundo a profissional, muitos começam a sofrer só de pensar em ir ao trabalho, se sentem incompetentes e improdutivos. 

Entre os sintomas da síndrome estão exaustão extrema, insônia, muita irritabilidade, dificuldade de concentração, lapso de memória, dificuldade de tomar decisões, tontura, sensação de desmaio, alteração do batimento cardíaco, dor de cabeça, pressão alta e problemas gastrointestinais, entre outros.

“Como consequência vêm ansiedade, depressão, baixa autoestima, isolamento social, distanciamento de pessoas que gostam, dificuldade para lidar com pessoas, procrastinação e desmotivação. Algumas pessoas passam a buscar alívio no uso exagerado da bebida e de drogas. É muito importante dar atenção aos sintomas para não cair no vício”, alertou a psicóloga.

Ela recomenda o afastamento do trabalho e o início de terapias para achar os gatilhos que levaram a pessoa ao adoecimento. “Também é necessário aprender a dizer não e dar limites, além de passar a delegar tarefas. E quando o Burnout está muito grave, é importante também a intervenção de um médico psiquiatra para ajudar a pessoa a se restabelecer”, explicou Bárbara.

Equilíbrio

Para evitar o Burnout, a psicóloga orienta a procurar o equilíbrio entre trabalho e momentos de descanso, entre a vida profissional e pessoal. Além da prática de atividades físicas.

“É preciso se conhecer e entender que nenhum ser humano dá conta de tudo e, se insistir, vai pifar. Nosso cérebro precisa de descanso e distração. Além de gerenciar o tempo, organizar as tarefas, priorizar o que é urgente e delegar responsabilidades. E lembrar sempre que não somos robôs, somos humanos com todas as fragilidades que nos são inerentes”, finalizou a psicóloga Bárbara Couto.

INSS

O INSS registrou um aumento significativo de trabalhadores afastados pela Síndrome de Burnout. No ano passado, foram 421 benefícios, um aumento de mais de 1.000% em relação a 2014.

Síndrome de Burnout atinge cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros

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Síndrome de Burnout atinge cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros

Gabriela Perecin

Jornalista graduada pela Fema (Fundação Educacional do Município de Assis/SP), desde 2010. Possui especialização em Comunicação Organizacional pela PUC-PR. Atuou com Assessoria de Comunicação no terceiro setor e em jornal impresso e on-line. Interessada em desenvolver reportagens nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, inclusão, turismo e outros. Tem como foco o jornalismo humanizado.