Em 2024, o Estado do Paraná chegou a registrar 1.000 casos confirmados de Coqueluche e nos últimos trinta dias o número de confirmações da doença aumentou 86%. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) no informe semanal. A vacinação é a melhor forma de prevenção da Coqueluche e deve ser realizada nos primeiros meses de vida.
A coqueluche é uma doença infecciosa que afeta as vias respiratórias, causando crises de tosse seca. Estima-se que uma pessoa com coqueluche pode infectar de 12 a 17 outros indivíduos.
Para tirar as dúvidas sobre a doença conversamos com o médico pediatra, Dr. Jhonatan Aredes. “Falar da coqueluche é muito importante, principalmente agora que esse aumento de casos que está tendo, não só no Paraná, no Brasil inteiro, em especial aqui no litoral. A gente entende que a coqueluche é uma doença causada por uma bactéria, a Bordetella Pertussis, extremamente contagiosa”, disse.
O litoral do Estado tem 35 casos confirmados da doença, sendo 31 em Paranaguá, dois em Guaraqueçaba, um em Matinhos e um em Guaratuba.
FASES DA COQUELUCHE
“São fases da coqueluche: a fase catarral que é a mais contagiosa; a fase paroxística, que é a mais importante nesse quadro, quando a criança ou o adulto apresentam um quadro de tosse, uma tosse prolongada que tem aproximadamente cinco a dez tossidas num período só de inspiração e que pode causar dispneia intensa e também falta de ar na criança a ponto até de levar óbito ou outras complicações também até neurológicas na criança ou no adulto”, explicou o médico pediatra.
TRANSMISSÃO DO VÍRUS
Crianças e adolescentes são os grupos mais afetados pela doença. No Paraná, se comparado a julho, o aumento foi de 880%, quando o Estado contabilizava 102 casos. Dr. Jhonatan Aredes explica como acontece a transmissão do vírus. “A principal forma de transmissão, aproximadamente 80%, é por gotícula, é pela fala, espirro, tosse, muito parecido com a Covid-19. As outras 20% são outras formas, por exemplo, contato, você pegar, encostar em algum lugar que possa estar contaminado, mas é uma forma muito pequena de contágio. A forma principal realmente é pela fala, espirro ou tosse”, explicou o médico pediatra.
Segundo o Dr. Jhonatan Aredes, nesse quadro da apresentação da Coqueluche, principalmente as crianças são acometidas, assim como adultos e adolescentes. Mas, de acordo com o pediatra, o quadro de gravidade, pela própria orientação e protocolo, quanto menos idade tem a criança, mais gravidade tem o quadro. Então, as crianças são mais suscetíveis e têm mais gravidade, mais complicações, do que os adultos.
RECOMENDAÇÃO
Os números são alarmantes e vem crescendo a cada semana no litoral e em todo estado. O médico reforça a necessidade do cuidado e da prevenção, com a vacinação. “Não esquecer de olhar as carteirinhas de vacina das crianças, levarem ao posto de saúde para que essas doses sejam completadas e essa vacinação seja eficiente. E não esquecer também dos profissionais que trabalham com crianças para não deixar de tomar a vacina. Aproveitar agora que o pessoal está intensificando esse tipo de trabalho e para que ninguém fique desservido sem o serviço da vacinação”, recomendou.
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QUEM PODE TOMAR A VACINA?
Os sintomas inicialmente são parecidos com os de um resfriado, com febre baixa, mal-estar geral, coriza e tosse seca que evoluem para crises de tosse mais intensa. A vacinação é a melhor forma de prevenção e deve ser realizada nos primeiros meses de vida.
“Além das crianças, temos públicos alvos que precisam tomar a vacina, por exemplo, profissionais que trabalham com crianças, profissionais de saúde, que trabalham com gestantes, crianças ou qualquer outro público também que possa ser alvo da infecção por coqueluche, assim como os profissionais da educação, principalmente aqueles que trabalham com crianças até quatro anos. Todos são orientados a tomar a dose da DTP, que é a vacina da coqueluche”, explicou o Dr. Jhonatan Aredes.