A Portos do Paraná recepcionou nesta quinta-feira, 19, a comunidade portuária para discutir medidas de prevenção contra a Mpox, doença viral, que voltou a ter um surto em 2024 com uma nova variante mais agressiva. O encontro foi promovido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Vigilância Sanitária Municipal e 1ª Regional de Saúde do Estado do Paraná em função do Porto de Paranaguá recepcionar navios das mais diferentes procedências.
“A Mpox é uma doença que estava sob controle, surgiu com alerta internacional em 2022 e retornou esse alerta em 2024 e é muito importante divulgar o que é a doença, quais as medidas que a Anvisa, que a Portos do Paraná e as autoridades municipais e estaduais estão tomando frente a esse desafio tendo em vista que Paranaguá recebe muitos viajantes do continente africano, asiático, europeu”, justificou Roberto Buzzato Filho, chefe do posto da Anvisa em Paranaguá.
De acordo com ele, no contexto da globalização do comércio, é fundamental que as informações possam ser compartilhadas entre todos. “Reunimos agentes marítimos, representantes dos terminais e dos trabalhadores para que a gente possa tomar medidas efetivas e adequadas para defender nossa população, os nossos viajantes sem impedir os fluxos comerciais, que são tão importantes quando a gente fala de transporte aquaviário”, destacou.
De acordo com o assessor especialista em Saúde e Segurança do Trabalho, Felipe Zacharias, a Portos do Paraná está atenta a novos surtos de doenças e investe na prevenção. “Estamos sempre abertos a receber a Comunidade Portuária e discutir formas de prevenir a Mpox e outras moléstias e temos internamente um Comitê de Contingência permanente que atua para preservar a saúde dos trabalhadores e de todos que atuam no dia a dia dos Portos de Paranaguá e Antonina”, finaliza.
Abaixo, a SESA orienta como reconhecer alguém com a Mpox e não cair em mentiras que circulam pela internet relacionando a doença a determinados grupos de pessoas, enfermos com herpes-zóster ou ainda sendo efeito colateral de vacinas, entre outros conteúdos enganosos.
Caso suspeito
Indivíduo de qualquer idade que apresenta início súbito de lesão em mucosas e/ou erupção cutânea aguda sugestiva de Mpox, única ou múltipla, em qualquer parte do corpo (incluindo as regiões genital/perianal e oral) e/ou proctite (por exemplo: dor anorretal, sangramento), e/ou edema peniano, podendo estar associada a outros sinais e sintomas.
Caso confirmado
Indivíduo que atende à definição de caso suspeito, com resultado/laudo de exame laboratorial “positivo/detectável” para MPXV por diagnóstico molecular (PCR em tempo real e/ou sequenciamento).
Caso descartado
Indivíduo que atende à definição de caso suspeito com resultado/laudo de exame laboratorial “Negativo/Não Detectável” para MPXV por diagnóstico molecular (PCR em Tempo Real e/ou Sequenciamento) ou sem resultado laboratorial para MPXV realizado.
Como se prevenir?
Evite contato com pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Se o contato é realmente necessário, como é o caso de cuidadores, profissionais da saúde, familiares próximos, utilize luvas, máscaras, avental e óculos de proteção. Lave regularmente as mãos com água e sabão ou utilize álcool em gel, principalmente após o contato com a pessoa infectada, suas roupas, lençóis, toalhas e outros itens ou superfícies que possam ter entrado em contato com as erupções e lesões da pele ou secreções respiratórias (por exemplo, utensílios, pratos). Outro cuidado necessário é lavar roupas pessoais e de cama, toalhas, lençóis, talheres e objetos pessoais da pessoa com água morna e detergente. Limpe e desinfete todas as superfícies contaminadas e descarte os resíduos contaminados, como curativos, de forma adequada.
Tem tratamento?
Não há tratamento específico para a infecção pelo vírus da Mpox. A atenção médica é usada para aliviar dores e demais sintomas e prevenir sequelas em longo prazo.
O que muda com a nova variante?
A variante Clado 1b, que circula na África Central, é mais fácil de transmitir e está afetando principalmente crianças. Ela também pode se espalhar por meio de diferentes modos de transmissão e não apenas por contato próximo e prolongado.
Existe vacina para a doença?
Sim, mas ela não está prevista neste momento como estratégia mais eficiente para conter a doença. A vacina contra a Mpox tem disponibilidade limitada, em razão do alto grau de complexidade de produção do medicamento, o que dificulta a aquisição do imunizante em todo o mundo. Na última semana, a OMS ativou o processo de inclusão das vacinas contra a doença na lista de uso emergencial. Essa ação vai ajudar a acelerar o acesso às vacinas para países de baixa renda que ainda não emitiram a própria aprovação regulatória nacional.
Fonte: AEN