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Paranaguá 376 anos

Fazenda Morro Holandês preserva a tradição na fabricação de derivados do leite

Propriedade está localizada na Colônia Maria Luiza, em Paranaguá

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Muitas pessoas em Paranaguá já devem ter provado os picolés, iogurtes e/ou queijos da família Dijkstra Los, mas não devem saber ao certo onde e de que forma esses produtos são fabricados. É no entorno do Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange, um dos trechos mais bem conservados de Mata Atlântica no País, em meio a paisagens paradisíacas, que está localizada a Fazenda Morro Holandês.

Tão distante da realidade da cidade e, ao mesmo tempo, somente a cerca de 25 minutos de distância do centro, o local tem aspectos que muitos procuram para descansar e sair da rotina. São três famílias que se mantêm com a renda da venda dos derivados de leite produzidos com foco no manejo sustentável do espaço, no cuidado com os animais e na tradição que perdura há anos.

Na Fazenda Morro Holandês, na Colônia Maria Luiza, em Paranaguá, Debora Dijkstra Los, contou que os avós vieram da Holanda para Carambeí, cidade no Sul do Estado que preserva a memória e o legado da imigração holandesa.

“Chegamos em Paranaguá em 2000 e já começamos com a produção. A fazenda é dos meus pais e trabalhamos em sociedade, são meus pais e mais três famílias, que são os filhos. Minha irmã que faz a produção do queijo, meu irmão é zootecnista e cuida da alimentação e reprodução do gado e eu fico mais na parte de fabricação dos picolés e iogurte, além do turismo rural pedagógico que agora também estamos fazendo”, disse Debora.

Fazenda Morro Holandês
São 300 litros por dia de leite transformados em produtos. Foto: Divulgação/Fazenda Morro Holandês

Em Carambeí, a família já produzia queijos. Hoje, eles produzem o queijo meia cura colonial, o queijo branco, muçarela trançado, muçarela em bloco e queijos temperados com ervas finas, pimenta calabresa e cominho. 

“Agora, estamos com a experiência do queijo gouda original da Holanda. Meu pai fez um curso de queijos em Carambeí e passou todo o conhecimento para a minha irmã e, quando viemos para Paranaguá, ela passou três meses na Holanda fazendo estágio em uma fábrica”, contou Debora.

Picolés

Foi com os picolés D’Wennie que a produção da Fazenda começou a decolar e se tornar mais conhecida na cidade. A venda é feita na Feira do Produtor, aos sábados. “Para a venda dos picolés a gente tem um representante que coloca em vários pontos da cidade. Temos clientes que levam 20 picolés todo sábado, independente se está frio, e no verão leva 100”, relatou.

Além da feira e dos pontos de venda na cidade pelo representante, a família também comercializa os produtos diretamente na propriedade para os visitantes. “Isso começou mais na pandemia. Já vinha um ou outro cliente, mas foi na pandemia que vieram dois ciclistas, nós oferecemos os picolés e eles começaram a colocar nos grupos de ciclismo e a gente ainda não conseguiu acompanhar o crescimento”, afirmou Debora.

Fazenda Morro Holandês
São 300 litros por dia de leite transformados em produtos

Diferencial

Para Debora, o diferencial é conseguir produzir de forma o mais natural possível. Dos 15 sabores de picolés criados, ela conta que somente dois não são totalmente naturais. “Mas, a ideia é que todos sejam sem aroma, sem corante, não usamos conservantes. Utilizamos o nosso leite e compramos as frutas”, declarou.

São 300 litros por dia de leite transformados em produtos. “A gente recebe elogios dos nossos queijos, pois tentamos ajustar a receita, o leite é algo muito delicado, se algo der errado, muda a qualidade e o povo reconhece nosso trabalho. Estamos melhorando agora a apresentação dos produtos, com embalagem à vácuo e também o rótulo do iogurte, para deixar claro que é um produto natural”, frisou Debora.

Tradição que passa por gerações

A propriedade tem seis crianças e adolescentes, de 4 a 17 anos, que já conhecem e valorizam os esforços da família. “A gente espera que eles continuem com tudo isso, porque a gente sabe que tem um legado e um futuro. De repente para eles pode ser mais tranquilo com a construção de uma loja. Além das vacas, temos as ovelhas que são de responsabilidade das minhas sobrinhas e os cavalos dos meus filhos, eles amam. Minha filha já me disse que é um privilégio morar aqui”, disse Debora.

Fazenda Morro Holandês
“Chegamos em Paranaguá em 2000 e já começamos com a produção”, disse Debora Dijkstra Los

Ela acrescenta com um convite para que a população possa conhecer a Fazenda Morro Holandês e tudo que essa parte de Paranaguá representa em termos de empreendedorismo e qualidade de vida.

“Tudo que você põe na mesa vem da agricultura, desde o café da manhã até o jantar tem um pouco do campo. É importante as pessoas conhecerem os locais, muitos dos nossos clientes perguntam se tem luz onde a gente mora, não têm a ideia de que tem fibra ótica para internet, não é um lugar sem acesso a nada. Tem muita tecnologia no campo, a nossa ordenha é toda mecânica, a gente sabe quantos litros deu cada vaca. Se o povo puder vim conhecer por meio da rota rural, que a gente quer começar, pois muita gente passa pela rodovia e não sabe o que tem para dentro”, convidou Debora.

A Fazenda Morro Holandês está aberta para receber o público de segunda a sábado, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h e, aos domingos, das 9h às 12h e das 14h às 17h30. O acesso é pela PR-508, na Colônia Maria Luiza.

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