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Paranaguá 376 anos

Chácara Flor da Serra é refúgio dos parnanguaras que procuram comida caseira e natureza

Estabelecimento está localizado na Colônia Visconde de Nácar

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É por uma rua estreita na Colônia Visconde de Nácar, em Paranaguá, que se chega ao empreendimento da família Frare. Local onde fica o restaurante e o lar da família, a Chácara Flor da Serra. Simplicidade, contato com a natureza e comida caseira de receber elogios tem deixado o lugar disputado aos fins de semana.

Simoni Frare, a matriarca da família, é quem teve a ideia de construir na chácara um espaço para fazer um restaurante. Um sonho que, inicialmente, era só dela, mas que se tornou também o dos outros integrantes da casa ao longo do tempo.

“Temos três filhos, Emmanuel, Gabriel e Sabrina. Trabalhamos em família no restaurante, quando compramos aqui tinha só um barraquinho. Quando fomos construir a casa eu falei para gente fazer uma área grande para fazer um restaurante. Eles me chamaram de louca, mas fizemos”, lembrou Simoni.

Chácara Flor da Serra
Família chega a atender 240 pessoas por fim de semana

Foi quando o marido, Tranquilo Frare, que trabalhou por muitos anos na área administrativa em empresas privadas, se aposentou. “Assim, tivemos coragem para investir no restaurante. Fazíamos almoço para os amigos, eu já cozinhava e meu marido assava as carnes. Eu costumo dizer que eu cozinho como se fosse para a minha família, mas que está ficando bem grande agora”, contou Simoni.

Crescimento 

Com aptidão para a cozinha e sabendo receber bem as pessoas, eles começaram a chamar os amigos para a chácara uma vez ao mês em 2019. Assim, passou para duas vezes ao mês. Quando finalmente abriram para o público, foi um caminho sem volta.

“Eu pensava que se viessem umas 40 pessoas já seria o auge. Mas, sempre acreditei que um dia a gente seria conhecido na cidade. Começamos a fazer todo domingo porque estava confundindo os clientes. Todos sempre nos incentivando a continuar. No segundo ano aumentou mais, chegamos a 80 pessoas. E assim fomos, já era algo muito bom, nossa divulgação era só no Facebook e no boca a boca”, disse Simoni.

O público de 40 pessoas almejado por dona Simoni se transformou em 220 a 240 por fim de semana. O dia mais disputado é o Dia das Mães, data na qual é preciso fazer reserva com dias de antecedência para garantir o almoço.

Chácara Flor da Serra
Quem chega na Chácara é recebido com uma mensagem inspiradora

“Como uma empresa familiar, eu não achei que fosse passar das 80 pessoas. Mas, agora já estamos no ritmo. Não fazemos uma comida que não sabemos. A gente quer se adaptar ao que a gente tem sem perder a nossa essência. Ficamos chateados às vezes de ver carros saindo, mas a gente não tem como aumentar, porque assim perderemos a nossa essência. Meu pai era mineiro, por isso eu gosto muito dessa comida bem-feita, bem temperada, prezamos por isso”, ressaltou Simoni.

Ela se dedica ao negócio investindo em cursos e assistindo programas de culinária na televisão. “Qualquer coisa que eu aprender vai fazer a diferença. A gente faz muita coisa que dá trabalho, o macarrão caseiro, o bolinho de aipim, polenta. Hoje, eu vejo as pessoas tirando foto do buffet de saladas, por esse interesse aumentei as opções, passei de quatro para 22”, relatou Simoni.

Depois da pandemia, quando o restaurante precisou ser fechado por um tempo, eles resolveram abrir também aos sábados, servindo feijoada. São 14 pessoas ajudando na cozinha, no atendimento e na manutenção de todo o espaço. 

Com o sonho alcançado, o ideal para eles agora é manter o restaurante e continuar recebendo os clientes como parte da família. “Tem pessoas que não imaginam que somos os donos. Temos muitos clientes e amigos. O que faz as pessoas voltarem para a Chácara Flor da Serra é o jeito da gente ser”, disse Tranquilo.

Da teoria para a prática

Emmanuel Frare, o filho mais novo do casal, é formado em Administração e está na sua segunda graduação, a de Contabilidade. É no restaurante da família que aplica o conhecimento acadêmico e ajuda os pais a manter o espaço.  

“Em 2017, quando comecei a faculdade, não tínhamos ainda o restaurante. Pensava em trabalhar na cidade, mas os pais vieram com a ideia do restaurante. Comecei a ajudá-los, me formei na pandemia e logo voltamos às atividades do restaurante e fomos desenvolvendo, o movimento aumentou, nos adaptamos com o conhecimento que a gente já tinha e vendo na prática a teoria da faculdade”, contou Emannuel. 

A intenção agora é investir em mais espaço para as pessoas ficarem mais tempo. “Poderem tirarem uma foto, para que almocem e tenham vontade de ficar mais um tempo aqui. Temos cerca de 60 mil metros, a gente só usa o espaço do açude para a frente, por isso dá para pensar no restante, quem sabe fazer uma trilha, para as pessoas terem essa conexão com a natureza”, adiantou Emannuel.

Segundo Emmanuel, o acesso à Colônia Visconde de Nácar melhorou nos últimos anos, o que também contribuiu com o crescimento do restaurante. A maioria dos clientes hoje são de Paranaguá, mas o estabelecimento já tem conquistado o público de outras cidades do litoral e também pessoas de outras regiões que estão de passagem.

“Gosto muito do público que a gente trabalha, porque são muito família. São pessoas que vem para almoçar e passar um tempo com a família, eu não tenho do que reclamar dos nossos clientes, são pessoas do bem. E queremos continuar atraindo esse perfil de pessoas”, afirmou Emannuel.

Hoje, quem chega na Chácara Flor da Serra encontra também um açude feito por eles para pescaria e conhece a essência do lugar, composta por simplicidade e um buffet de comida caseira feita no capricho pela família que conseguiu materializar seu sonho.

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