A deputada Márcia Huçulak (PSD) acompanhou na quarta-feira, 10, a primeira reunião do ano do Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia, do Senado Federal, que discutiu formas de reforçar os direitos humanos durante a guerra que começou em fevereiro de 2022 com a invasão russa ao território ucraniano.
O encontro foi realizado de forma virtual e contou com a participação do deputado ucraniano Dmytro Lubinets (comissário do parlamento da Ucrânia para Direitos Humanos) e do reverendo Anatoliy Raychynuts, vice-secretário geral da Sociedade Bíblica Ucraniana), com quem a deputada já havia se reunido em abril, em Curitiba.
O grupo parlamentar é presidido pelo senador paranaense Flávio Arns.
De acordo com Márcia, o debate ganha ainda mais relevância em decorrência do o bombardeio que atingiu na segunda-feira (08/07) o principal hospital infantil do país, que deixou 29 mortos, sendo quatro crianças, em Kiev. Tratou-se de um dos maiores ataques da Rússia ao país, que incluiu ainda bombardeio a outras quatro cidades, resultando num total de pelo menos 44 mortos.
Márcia liderou a publicação por parte da Assembleia Legislativa do Paraná de uma nota de repúdio ao episódio, lembrando que a Convenção de Genebra considera ataque a hospitais crime de guerra.
Não há dados oficiais, mas estimativas apontam que o número total de mortos nos dois lados do conflito pode passar de 700 mil.
“Nem crianças nem adultos devem ser vítimas de crimes de guerra”, disse o deputado Dmytro Lubinets.
Ele expôs durante a reunião o tamanho dos problemas causados à infância pela guerra. Segundo Lubinets, cerca de 20 mil crianças foram vítimas do que ele chamou de uma tentativa de “russificação” da infância ucraniana, com troca para sobrenomes russos em regiões ocupadas, proibição de uso de símbolos ucranianos, adoções forçadas e até sequestro.
De acordo com ele, 5.000 crianças morreram em mais de dois anos de guerra e 900 mil foram obrigadas a estudar de forma remota, longe dos colégios. “Várias escolas foram destruídas”, disse.
Voz brasileira
Tanto Lubinets quanto Raychynuts reforçaram a importância de o Brasil trabalhar diplomaticamente em promover o fim da guerra.
Flávio Arns disse defender um posicionamento mais incisivo do governo brasileiro na questão.
“O Brasil tem uma voz muito forte no mundo e pode ser decisivo para acabar com esta guerra”, afirmou o reverendo. “Vamos reunir esforços e interromper essa matança”, disse o reverendo.
Raychynuts esteve no Brasil em abril, incluindo visita a Curitiba, liderando uma comitiva que veio ao país angariar esforços diplomáticos pelo fim da guerra.
“Terá a honra de me reunir com o reverendo e toda a comitiva”, disse Márcia. “O Paraná abriga a maior comunidade de descendentes de ucranianos no Brasil. Precisamos reunir esforços pelo fim do conflito.”
Vivem no Paraná cerca de 500 mil descendentes de ucranianos.
Fonte: ALEP