O parnanguara já está se acostumando com a cidade movimentada às sextas-feiras. É nesse dia da semana que o navio de cruzeiro MSC Lirica atraca no Porto de Paranaguá e os turistas podem descer e conhecer o litoral paranaense. E assim será até março, quando se encerra a temporada do navio de passageiros. Ao desembarcar, um ônibus leva os turistas do porto para a Praça de Eventos Mário Roque, local onde foi montado um receptivo com opções de passeios pela região. É ali também que se encontra o Mercado do Artesanato, prédio histórico onde as artesãs comercializam seus produtos.
A secretária municipal de Cultura e Turismo, Maria Plahtyn, observou que todos os segmentos do comércio são impactados com a parada do navio de cruzeiro em Paranaguá. “Nossas artesãs se prepararam muito para trabalhar com material turístico, com o souvenir, fizemos capacitações relacionadas a aplicação da marca turística, trouxemos os impactos do artesanato para o turismo e agora elas estão aplicando e colhendo os frutos. A gente vê o Mercado sempre movimentado e elas bem contentes com as vendas”, afirmou Maria.
Aumento na produção
Celma de Souza Mudry trabalhou por muito tempo na área administrativa e há cerca de três anos decidiu se dedicar ao artesanato e comercializar seus produtos na feira da Praça Fernando Amaro. Hoje, ela está no Mercado do Artesanato, bem próximo de onde foi montado o receptivo, e comentou sobre o impacto que a chegada dos turistas do navio trouxe para seu trabalho.
“Foi maravilhoso, queria que todo dia fosse igual às sextas-feiras. A produção aumentou muito, corremos para terminar os produtos, porque ainda temos as encomendas para atender”, disse Celma.
Segundo ela, houve uma preparação para poder atender as expectativas. “Nós começamos a nos preparar em julho, fazer coisas pequenas, lembrancinhas como chaveiros temáticos, muita coisa feita com couro e escama de peixe, que tem uma saída muito boa. Focamos em coisas pequenas para que os turistas levassem o nome de Paranaguá”, frisou Celma.
Desde o dia 1.º de dezembro de 2023, quando o navio começou a atracar em Paranaguá, Celma afirmou que já foi vendido de tudo um pouco. “Tivemos uma demanda de canecas, então nos juntamos e compramos a prensa e fazemos as canecas. Nestes dias, já vendemos de tudo, quadros, mesa posta, itens com cipó e crochê, tem coisas que nem deu tempo de colocar no manequim”, acrescentou a artesã.
Mesmo que seu forte seja os produtos em crochê, ela sentiu a necessidade de diversificar para poder aumentar as vendas nesta temporada. “Acredito que as pessoas de fora valorizam mais o trabalho artesanal, mas o parnanguara tem mudado. Roupas em crochê, por exemplo, não sai para pessoas daqui, o pessoal de fora gosta mais, estava com a arara cheia e já acabou quase tudo. O couro de peixe, por exemplo, é um material versátil, dá para fazer muita coisa e misturar com o crochê”, observou Celma.
Outra artesã que tem comemorado as vendas no Mercado do Artesanato é Rosane de Fátima Nascimento, que trabalha há cerca de 20 anos no local. “Eu faço de tudo que é artesanato, gosto de criar. Com a chegada dos navios às sextas-feiras mudou muita coisa, antes não tinha essa movimentação grande”, disse Rosane.
Ela garante que o que mais agrada os turistas são os imãs de geladeira e outras lembrancinhas. “Agora temos que produzir mais e deixar tudo organizado para a sexta-feira. O movimento maior é pela manhã. Neste mês já temos uma movimentação um pouco maior por causa da temporada, tem bastante turista na cidade, o que é muito bom para nós”, destacou Rosane.